USURPARÇÃO

Falso policial é preso pela 4ª vez

Homem usava distintivos e uniformes falsos; foi preso agora por ser considerado multireincidente

Alenita Ramirez
30/12/2020 às 09:40.
Atualizado em 22/03/2022 às 14:15
Igor Ianni da Silva foi liberado outras três vezes pelo fato de o crime ser considerado de menor potencial (Divulgação)

Igor Ianni da Silva foi liberado outras três vezes pelo fato de o crime ser considerado de menor potencial (Divulgação)

 A Justiça finalmente colocou um ponto final na ousadia de um vigilante de 27 anos, nesta terça-feira (29), em Campinas. Em menos de seis meses Igor Ianni da Silva foi preso quatro vezes por usurpação de função e nas três vezes anteriores, foi liberado pelo fato de o crime ser considerado de menor potencial ofensivo. Mas desta vez, a farsa teve um desfecho diferente, já que o juiz de audiência de custódias decretou prisão preventiva, por considerá-lo “multirreincidente”.

Até então, Silva usava uniforme e distintivo falsos da Segurança Pública do Estado de São Paulo, além de um simulacro na cintura, para se beneficiar. “Este tipo de pessoa denigre a imagem da instituição, pois se apresenta como policial para benefício próprio e muitas vezes, cidadãos de bem acham que são realmente policiais. Além de denegrir, Silva agia como bandido furtando e receptando produtos ilícitos”, disse o investigador-chefe do 13º Distrito Policial (DP), Marcelo Hayashi, que já investigou o suspeito pelo mesmo crime e furtos ao Carrefour, a Decathlon e a um chaveiro, no bairro Cambuí. “Os crimes mais graves, como furto, são investigados. E quando identificado e indiciado, ele responde em liberdade, por ser crime de menor potencial ofensivo”, acrescentou Hayashi.

Silva teve a prisão decretada após ter sido detido pela Polícia Militar Rodoviária (PMR), nesta segunda-feira, na companhia do mecânico Jouberth Henrique Coelho Telles, de 29 anos, com um Jeep Renegade, produto de roubo no último dia 25 deste mês, em Mogi Guaçu. Silva estava na direção do veículo e os dois foram detidos quando estavam com o carro estacionado em uma agência bancária na Avenida Papa Paulo VI, no Jardim do Trevo.

Uma equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), que estava na Rodovia Anhanguera, chegou até eles após ser alertada pelo Centro de Operações da PM (Copom) de que o veículo tinha alerta de roubo. Na abordagem, os policiais encontraram um distintivo da polícia e uma réplica de arma de fogo (airsoft), com Silva. Na pesquisa, os policiais confirmaram que o carro foi roubado de um homem de 34 anos que tem síndrome do pânico e, inclusive, foi internado em um hospital psiquiátrico por conta do trauma do assalto. Os dois foram apresentados no plantão do 1º DP e autuados em flagrante. Na manhã desta terça-feira, foram levados a audiência de custódia, mas Silva acabou ficando preso e Telles responderá por receptação em liberdade, já que alegou que o carro foi alugado por sua namorada.

Outros casos

Silva tem diversas passagens criminais por usurpação de função. Em todos os casos ele foi detido com distintivo, simulacro e até algemas.

Em setembro deste ano, agentes do 13º DP detiveram o vigilante com um distintivo e um simulacro de pistola .45 quando entrava em um supermercado. Os investigadores apuravam o furto de ao menos 50 chaves descodificadas de veículos importados, de um chaveiro localizado no bairro Cambuí. Na época, os policiais ainda descobriram que ele também realizou diversos furtos em outros estabelecimentos de Campinas e região, inclusive na Decathlon. Ele foi indiciado pelos crimes.

Dois meses antes, Silva foi detido por policiais militares com um simulacro de uma pistola Glock, um rádio HT, e 16 chaves novas descodificadas de veículos importados, entre outros objetos. Na época, ele foi ouvido no plantão do 1º DP e liberado, já que não havia queixa de furto do material. Três semanas depois, ele foi novamente detido com dois simulacros, um distintivo, algema e nove chaves da marca Volkswagem. Foi novamente ouvido e liberado. Todo o material das duas ocorrências foi apreendido e as chaves, reconhecidas posteriormente pelo chaveiro do Cambuí, com a investigação do 13º DP.

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