Facamp inova concurso vestibular

As Faculdades de Campinas (Facamp) modernizou o seu vestibular para o fim deste ano, com o objetivo de criar uma prova capaz de avaliar o potencial do candidato, bem como a sua capacidade de crescimento durante o período universitário. A faculdade, com isso, promete deixar para trás o tradicional modelo aplicado há décadas nas universidades brasileiras, para se aproximar ao modelo de seleção utilizado em países de primeiro mundo. A prova substituirá as questões de múltipla escolha de química, matemática, biologia e afins, para dar lugar a uma avaliação que leva em conta todo o histórico escolar e de perfil do candidato, bem como a sua capacidade de resolver problemas de lógica — haverá ainda uma prova de redação sobre temas relacionados a atualidade. A inscrição para o vestibular estará disponível a partir do dia 6 de agosto. Por meio dele, o candidato deverá enviar seu histórico escolar para a avaliação e um vídeo de dois a três minutos ou, se preferir, um texto sobre suas qualidades pessoais e potenciais - essa etapa corresponde a 40% da nota final do processo seletivo. Já no dia 29 de setembro acontecerá uma prova presencial, na qual o aluno terá que redigir uma redação que servirá para avaliar a capacidade do candidato em resolver problemas contemporâneos de maneira simples e prática. Além da redação, no mesmo dia, haverá uma aprova de lógica, que analisará o raciocínio abstrato do estudante. Para os cursos da área de humanas, a redação terá um peso de 40% e a prova de lógica de 20% na nota final. Já para os cursos de exatas, a situação se inverte: 40% da nota para a prova de lógica e 20% para a redação. Novo modelo De acordo com João Manuel Cardoso de Mello, diretor-geral da Facamp, as transformações mundiais mudaram o perfil dos profissionais de sucesso. Para ele, o modelo de vestibular do Brasil é ultrapassado e precisava passar por uma reforma que desse maior oportunidade aos alunos com maior capacidade de atuação dentro do mercado de trabalho. "O mundo mudou com transformações econômicas e tecnológicas brutais e você continua fazendo o mesmo vestibular que fazia há 40 anos? Não dá! Nós resolvemos nos sintonizar com a tendência internacional das grandes universidades americanas e inglesas e ajustar isso para a realidade do Brasil. É um vestibular completamente diferente do que existe" , explicou Mello. Ele acredita que com o novo modelo de avaliação, o processo de seleção terá meios de buscar os estudantes mais qualificados para as vagas. "O que me interessa é a avaliação global e de potencial do aluno, porque é injusto você avaliar o candidato por um único dia. E se ele estiver nervoso na hora? Pronto! As suas chances de entrar numa universidade podem acabar ali", comentou diretor-geral.