CAPAS HISTÓRICAS

Exposição ‘Correio 95 anos’ deixa ACL e chega ao Ciesp

Público já pode visitar a mostra que segue na sede da entidade até final do mês

Rodrigo Piomonte
07/04/2022 às 08:34.
Atualizado em 07/04/2022 às 08:34
Visitante aprecia as capas históricas do Correio Popular, que estão em exposição no espaço cultural do Ciesp-Campinas, em comemoração aos 95 anos do jornal; mostra poderá ser visitada pelo público até o final do mês (Ricardo Lima)

Visitante aprecia as capas históricas do Correio Popular, que estão em exposição no espaço cultural do Ciesp-Campinas, em comemoração aos 95 anos do jornal; mostra poderá ser visitada pelo público até o final do mês (Ricardo Lima)

O setor produtivo da cidade prestigiou ontem na sede no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Campinas) a exposição itinerante "Correio Popular 95 Anos", que reúne parte do rico acervo de décadas de história do jornal acompanhando o desenvolvimento de Campinas e os principais fatos da cidade e região.

O Ciesp é o segundo local a receber a exposição, que permanecerá aberta a visitações no espaço cultural da entidade até o final do mês. A mostra reúne 26 capas históricas, 40 troféus e outras premiações, além de produtos renovados, como a Revista Metrópole, e suplementos especiais, entre eles o Jornal da Mulher.

A exposição que traz a evolução das mudanças tecnológicas do jornal, avanços gráficos e as novidades digitais ao longo da história teve a Academia Campinense de Letras (ACL) como o primeiro espaço a receber a mostra itinerante. A curadoria da exposição é da diretora de Marketing do Correio Popular, Aline de Oliveira Rodrigues.

Na Casa do Saber em prosa e verso, que acolheu com carinho e proteção todo o acervo do jornal, cerca de mil crianças se deslumbraram com a exposição, assim como literatos entre outras pessoas da sociedade campineira no período em que o espaço abrigou a exposição.

Na sede do Ciesp, a abertura do coquetel que marcou o início da exposição "Correio Popular 95 Anos" na entidade foi realizada pelo anfitrião José Henrique Toledo Corrêa, diretor titular do Ciesp-Campinas. Ele destacou a importância do Correio Popular na sua visão como leitor e no apoio ao desenvolvimento do setor produtivo da cidade. 

Corrêa ressaltou a missão do jornal na sociedade durante estes 95 anos de existência e relatou o quanto a publicação tem sido fundamental ao longo de sua história para os setores da indústria, serviços, comércio e administração pública.

"Como leitor, lembro que o jornal participou de minha vida desde criança. Cheguei à cidade quando tinha 10 anos e meu pai assinava o Correio Popular. Acompanho o jornal por quase cinco décadas. Era uma sensação de curiosidade toda vez que o entregador jogava a edição do dia na porta de casa", disse.

O empresário contou que "no início se interessava pelas páginas policiais do jornal e depois pelo caderno de esportes. "Me lembro bem dessa época. Sempre foi parte integrante de meu dia a dia, de minha formação e acompanhou meu desenvolvimento", disse o diretor titular do Ciesp-Campinas.

Segundo ele, o Correio Popular sempre foi fundamental no registro das notícias e uma testemunha para a história da cidade. "Estou aqui na entidade há 32 anos. E nesse período vemos a importância do setor produtivo campineiro para a cidade, para o país e para o mundo. E como empresário e industrial a gente percebe que isso traz um crescimento. E esse crescimento precisa ser contado e registrado. E nisso a imprensa, principalmente a escrita, onde ressalto o Correio Popular, tem noticiado. Porque nós trazemos a evolução industrial, a geração de empregos e ampliação das fábricas. E isso tudo é noticiado no jornal. Então eu acho que o ser humano precisa da notícia, da informação. E quem tem informação tem a liderança", disse.

O diretor do Ciesp destacou ainda a importância do jornal para a indústria, comércio e serviços. "Hoje temos diversos outros meios de comunicação, mas o jornal impresso é ainda fundamental. Principalmente nas cidades e metrópoles, pois traz para nós leitores o que está de fato acontecendo na cidade, nos bairros, na administração pública", disse. O empresário ressalta o grande respeito que a publicação tem entre o setor produtivo. "Vivemos tempos difíceis. E precisamos nos manter informados sobre o nosso entorno. E a influência do jornal nesse sentido é marcante", finaliza.

Sobre a exposição, Corrêa destaca a capa que traz a morte do ex-prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho, e a que noticia a renúncia do estadista Mikhail Gorbatchov da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ele lembra também a capa que conta sobre a tragédia que ocorreu na passarela da rodovia D. Pedro I (SP-065), ocasião em que um acidente envolvendo caminhões-tanque derrubou a passarela com uma explosão e deixou várias pessoas mortas. "Dessas eu me lembro bem. E é um passeio pela memória rever essas coberturas nas páginas do Correio Popular", disse.

O historiador e escritor Jorge Alves de Lima, presidente da Academia Campinense de Letras (ACL) e membro do Conselho Editorial do Correio e o também historiador Antonio Boscolo são os responsáveis pela seleção da maioria das capas expostas na mostra.

O presidente executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni, ressaltou a honra de ver a mostra sendo exposta no Ciesp. Ítalo destacou a importância da parceria com o setor produtivo e enfatizou o compromisso que o jornal Correio Popular tem com a cidade de Campinas.

"Nossa missão é relatar fatos em todas as suas versões. Nós não somos donos da verdade e nem pretendemos com isso convencer alguém. Pelo contrário. Nós somos levantadores de fatos. Nos aprofundamos em diferentes versões e cabe ao leitor e a sociedade formar a verdade. O Correio Popular é um patrimônio da cidade", disse. 

Também estiveram presentes na abertura da exposição na sede do Ciesp o primeiro vice-diretor do Ciesp Campinas, Valmir Caldana, o diretor da Associação Regional da Habitação (Habicamp), Francisco de Oliveira Lima Filho, além de outros conselheiros e associados do Ciesp.

O primeiro vice-diretor do Ciesp, Valmir Caldana, lembrou da época que chegou na cidade, em 1992, e teve contato com o Correio Popular. "É uma história viva. É um motivo de muito orgulho ter essa exposição em nossa entidade", disse.

A exposição

Entre as capas que fazem parte da exposição que mais impactam o público estão as que trazem a morte de dois prefeitos de Campinas. Uma delas é sobre o falecimento de José Roberto Magalhães Teixeira, que também foi vereador, secretário de Cultura, deputado estadual e prefeito de Campinas por duas vezes entre as décadas de 1970 e 1990. Grama, como era carinhosamente conhecido, faleceu em 29 de fevereiro de 1996, aos 58 anos, vítima de câncer, sendo homenageado na capa do Correio.

Em 11 de setembro de 2001, outra morte de um prefeito querido pela população volta a ser manchete: Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, foi assassinado e o crime prescreveu 20 anos depois, sem solução.

Outra capa marcante é a de 15 de junho de 1940, que exibe a manchete: "Paris Cahiu!" (na ortografia da época, havia h no verbo cair), informando a ocupação da capital francesa pelos nazistas alemães.

Os associados da Ciesp e o público podem conferir a mostra a partir de hoje, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h30. O Espaço Cultural Ciesp Campinas fica na Rua Padre Camargo de Lacerda, 37, Jardim Chapadão. O acesso é gratuito e é obrigatório o uso de máscara.

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