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Exportações para a China desabam

As exportações da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para a China desabaram neste início de ano, segundo boletim do Observatório PUC-Campinas

Da Agência Anhanguera
12/03/2020 às 07:33.
Atualizado em 29/03/2022 às 17:45

As exportações da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para a China desabaram neste início de ano, segundo boletim do Observatório PUC-Campinas divulgado ontem. De acordo com dados de fevereiro, houve queda de 70,16% no volume de vendas de produtos como polímeros de etileno (plásticos), contadores de gases, medicamentos, fios sintéticos (têxtil), bombas de ar ou vácuo, entre outros. As importações da China na região também caíram, mas num ritmo menor. Ainda assim, fecharam o mês com perdas de 12,5% em relação a igual período de 2019. A China é a principal fornecedora da indústria regional, sobretudo na compra de produtos como telefones, partes e acessórios de máquinas de escritório, circuitos eletrônicos integrados e compostos químicos. O volume de vendas das empresas da Região Metropolitana para os chineses é pequeno — representa apenas 3% das exportações da região —, mas evidencia um quadro de grave crise, segundo a avaliação do economista da PUC, Paulo Oliveira, responsável pelo estudo. Segundo ele, os dados indicam a combinação de números negativos nas duas direções. “O que vemos é o resultado agregado, de resultado negativo tanto na compra como na venda”, diz o economista. O principal responsável pelo desempenho, segundo ele, ainda está sendo analisado, mas muito provavelmente está ligado à epidemia do novo coronavírus, o Covid 19. “O atual contexto sugere fortemente que o resultado é consequência da epidemia do coronavírus na China”, afirma ele. Oliveira lembra que não há perspectiva de melhora no curto prazo. “Na China, o número de casos parece não ter crescido tanto, mas economia está parada”, avalia. “Além disso, o problema está se espalhando por outras parte do mundo, como a Itália, por exemplo. Os problemas na Itália certamente vão aparecer nos próximos levantamentos”, aposta o economista. Fôlego A análise do Observatório PUC-Campinas, baseada em dados do Ministério da Economia, mostra que a atividade econômica da RMC está crescendo nas indústrias química, farmoquímica e agroquímica. Comparado aos dois primeiros meses de 2019, houve crescimento na venda externa de insumos ligados à agricultura, como soja e algodão, e indústrias química e farmoquímica, que tiveram aumentos nas exportações de medicamentos e agroquímicos. Em relação às importações, houve também expansão na compra de produtos associados a tais setores, como compostos orgânicos e inorgânicos, antissoros e vacinas. Em contrapartida, os números indicam desaquecimento nas indústrias de aparelhos telefônicos, eletrônicos e, ainda, no setor automobilístico. Em 2020, os dados referentes à balança comercial exibem quedas nas exportações, por exemplo, de automóveis, peças e pneus. Se comparadas ao mesmo período do ano passado, as compras externas de computadores, partes e acessórios de veículos e circuitos eletrônicos integrados, que integram lista dos principais produtos da pauta de importação na região, foram realizadas em menor escala. Levando-se em consideração todos os segmentos produtivos, houve decrescimento de 12,4% nas exportações e de 3,2% nas importações em relação ao mesmo período de 2019. Com isso, a RMC encerra os dois primeiros meses do ano tendo importado U$ 1,96 bilhões e exportado U$ 563,6 milhões. O déficit comercial em 2020, portanto, é de US$ 1,4 bilhão.

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