Uso de maçarico durante trabalho de manutenção do veículo causou o acidente
Impacto foi tão forte que a parte traseira da carreta, que tem formato cilíndrico, se desprendeu e o interior do compartimento ficou exposto no pátio da empresa onde ocorreu o acidente (Alessandro Torres)
Um homem de 35 anos, técnico em manutenção, morreu na segunda-feira (20) em Sumaré, após a explosão de um caminhão-tanque que transporta Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O acidente aconteceu por volta das 9h50, na empresa LDA equipamentos rodoviários e agrícolas, localizada às margens da Estrada Municipal Valêncio Calegari, que liga as cidades de Hortolândia, Sumaré e Paulínia.
A cabeça da vítima, que era funcionária da empresa, foi arremessada a pelo menos 100 metros do local da explosão e caiu no canteiro central da estrada. Já o corpo foi projetado a cerca de 10 metros do veículo. A LDA não se manifestou sobre o ocorrido até o fechamento da reportagem.
Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima realizava um trabalho de solda com um maçarico na carreta e a explosão teria sido causada por um resíduo de gás, que entrou em combustão com a chama do equipamento. Apesar de a manutenção acontecer no pátio da empresa, a PM informou que o veículo não pertencia à LDA.
Testemunhas que trabalham próximo ao local relataram sobre o forte barulho registrado no momento da explosão. O lavador Rafael William, de 20 anos, foi um dos primeiros a chegar ao local do acidente, minutos após o estrondo. Ele se deparou com o membro da vítima exposto na pista e uma motorista traumatizada.
“O barulho foi muito alto, tremeu tudo, mas a gente achou que era só um pneu de caminhão que tinha estourado. Aí a gente veio atrás para olhar, vimos a cabeça ali, vimos o corpo. Aí eu, ele [indicando um amigo que estava ao lado] e a mulher do carro, que quase foi atingido pela cabeça, pegamos o plástico e colocamos sobre a cabeça”, conta William.
O pátio da empresa fica em nível abaixo ao da pista. O corpo da vítima, apesar de arremessado, ficou dentro dos limites da cerca, diferente da cabeça. Um macacão que o homem usava também sobrevoou e caiu próximo ao alambrado, para o lado de fora.
A Polícia Militar (PM) chegou ao local cerca de 15 minutos após a explosão. O Helicóptero Águia da Polícia Miltar chegou a ser acionado, mas assim que chegou ao local foi informado que a vítima teve a morte constatada.
O impacto foi tão forte que a parte traseira da carreta, que tem formato cilíndrico, se desprendeu e o interior do compartimento ficou exposto. No veículo havia uma placa indicando risco de incêndio por material inflamável. Não há a confirmação, no entanto, de que o veículo estava carregado.
“Foi bem forte o impacto, a loja toda tremeu”, conta a atendente Bruna Ribeiro, 26, que trabalha na loja de conveniência de um posto de combustíveis, vizinho à LDA. “A moça do carro que quase foi atingido veio aqui e estava em choque. Nós tivemos que dar um copo de água com açúcar para ela. Trabalho aqui todos os dias e nunca tinha visto nada do tipo”, complementa.
Uma hora após o acidente, o galpão foi esvaziado e um grupo de trabalhadores da LDA acompanhou o trabalho da perícia, que chegou por volta das 11h.
A pista ficou parcialmente bloqueada durante o trabalho dos agentes da Polícia Civil. Equipes do Trânsito de Sumaré coordenaram o fluxo de veículos, prejudicado pela curiosidade dos condutores. Uma agente informou ao Correio Popular que houve congestionamento no momento do acidente, já que os veículos reduziram a velocidade para acompanhar o trabalho do Corpo de Bombeiros.
O caso será investigado pela Polícia Civil de Sumaré.