TI, como a usada no Metromover de Miami, deve solucionar problemas (iStock/Banco de Imagens)
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e também o crescimento das startups no País são o caminho para o futuro e também para a retomada da economia do Interior paulista, segundo a sócia-diretora da Baita Aceleradora, Rosana Jamal Fernandes. “A tecnologia da informação tem sido atualmente aplicada em todas as áreas. Mas vale lembrar que ela tem valor econômico, apenas quando resolve um problema. Ela precisa necessariamente gerar uma mudança e negócio”, defendeu. Mas os riscos segundo ela, são muito grandes, por isso, atualmente a indústria tem investido nas startups que apresentem soluções para as suas necessidades. “Essas empresas emergentes se atrevem a fazer ações e experiências com riscos e possuem por característica flexibilidade e resiliência”, explicou. “Além disso, empresas nascentes não tem passado, ou seja, não possuem compromisso com o legado, o que as permite mais ousadia na hora de testar o mercado”, avaliou. Ela ainda destacou algumas empresas de tecnologia que inovaram o mundo e que trouxeram não só uma mudança conceitual, mas cultural. Uma delas foi a plataforma Uber que nasceu em 2009, e revolucionou a mobilidade urbana. “A Uber trouxe um novo conceito de transporte e por consequência deu um novo rumo no que diz respeito à economia compartilhada, assim como o Airbnb, serviço online comunitário de acomodação”, exemplificou. Segundo a especialista, essas empresas valem mais de US$ 1 bilhão, atualmente. “O Waze também chegou no mesmo ano quebrando a indústria de GPS e provando que as soluções são mais importantes”, disse. No Brasil, entre as empresas mais valiosas, Rosana destacou a Nubank, startup pioneira no segmento de serviços financeiros e o 99 Táxi, que revolucionou as cooperativas desse tipo de serviço. Criada em São Paulo, o Portal Telemedicina, responsável por laudos remotos, também é apontada como um sucesso. Na avaliação especializada dela, o portal traz uma solução inovadora para o mercado de saúde, por isso, foi escolhida para ser acelerada pelo Google. “Com o uso de Machine Learning para suportar as atividades de análises médicas, a startup consegue uma produtividade até 10 vezes maior que no processo convencional”. Outra delas citada por Rosana e a plataforma de agricultura digital Agrosmart, criada em Campinas e acelerada pela Baita, monitorando a lavoura em tempo real tornando as operações mais rentáveis, eficientes e sustentáveis. Universidades Para assumir o novo cenário, o professor da Unicamp Rodofol Jardim de Azevedo, defende é preciso que o mercado tenha profissionais multidisciplinares e preparados, o que segundo o diretor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é o maior desafio da atualidade. “Na universidade formamos a base desse processo todo. Para isso precisamos que os alunos conheçam tanto o setor público, quanto o privado e acredito que esse ponto da integração entre universidade, empresa e o setor público, fornece exatamente a base que a gente tem que colocar no DNA dos alunos”, disse o docente, que foi mediador do fórum. O diretor ainda destaca as rápidas mudanças no cenário tecnológico. “Estamos começando a selecionar os alunos que vão entrar em 2019 na Unicamp, e esses vão se formar cinco anos depois. Portanto, a gente não consegue determinar o que acontecerá, portanto vamos formar alunos com uma boa base, capaz de se adaptar ao mercado”, explicou.