Êxodo causado pelo Natal lota rodovias, Rodoviária e Viracopos

Um contingente estimado em 120 mil pessoas deve deixar Campinas até amanhã, tanto pelo Aeroporto Internacional de Viracopos quanto pelo Terminal Rodoviário de Campinas, por conta do feriado de Natal. O movimento de saída e chegada à cidade também será intenso nas rodovias. A previsão é a de que ocorra a circulação de aproximadamente 1 milhão de veículos pelas principais artérias viárias que cortam Campinas, caso do Sistema Anhanguera/Bandeirantes e a da D. Pedro I.

De acordo com a Socicam, empresa que administra a Rodoviária, as pessoas que optarem por viajar de ônibus para celebrar o Natal em outras cidades e estados não devem deixar para comprar as passagens de última hora. Entre hoje e amanhã, véspera de Natal, 25 mil pessoas devem deixar a cidade. Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e o Litoral Sul de São Paulo são os destinos mais procurados.

Até o dia 26, segunda-feira, outras 65 mil devem desembarcar no terminal. Para atender ao aumento da demanda do período, as empresas de transportes ampliaram o número de ônibus extras. Por conta da grande demanda de passageiros, o limite de bagagem permitido é de 30 quilos para o bagageiro interno do ônibus e de 5 quilos em mãos, desde que não interfira no conforto dos demais passageiros.

Viracopos

Quem optou pela viagem aérea deve também enfrentar um grande movimento nos aeroportos. A expectativa da concessionária que administra Viracopos é a de que 44 mil passageiros desembarquem ou embarquem pelo terminal por causa do Natal. Em relação às decolagens e pousos, a empresa calculava 351 movimentos operacionais de aeronaves apenas na quinta-feira (22).

Entre os destinos mais procurados a partir de Campinas estão as capitais de estados do Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Já as localidades com maior número de voos são Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Florianópolis, além do interior de São Paulo. Quatro destinos internacionais estão entre os mais procurados: Fort Lauderdale e Orlando (EUA), Lisboa (Portugal) e Punta Del Leste (Uruguai) - este último destino estreou suas operações em Viracopos na última quarta-feira.

Rodovias

As concessionárias que administram as principais estradas que passam por Campinas estimam mais de 1 milhão de veículos trafegando pelas vias por causa do Natal. Pelo Corredor Dom Pedro I, que integra as rodovias Professor Zeferino Vaz (SP-332) e Dom Pedro I (SP-065), são esperados 600 mil veículos entre hoje e segundafeira.

Cerca de 740 mil veículos deverão se deslocar pelo sistema Anhanguera/Bandeirantes até o final de domingo, tanto no sentido São Paulo quanto interior. De acordo com a previsão feita pela Concessionária AutoBAn, o maior fluxo de veículos ocorreria na quinta-feira (22), entre das 17h e 18h. Hoje, o maior fluxo é esperado para o período das 15h às 20h. A AutoBan informou ter ampliado as ações de segurança para este período.

Greve

A greve dos pilotos e comissários completou na quinta-feira quatro dias, com paralisações que impactaram voos em seis aeroportos do país. Os tripulantes têm cruzado os braços por duas horas diariamente desde segundafeira, sempre das 6h às 8h, para reivindicar aumento real dos salários e melhores condições de descanso.

Por volta das 8h, os painéis de voos disponíveis nos sites dos aeroportos mostravam que havia voos atrasados em Brasília (1 voo), Fortaleza (2 voos), Confins (Belo Horizonte; 1 voo), Guarulhos (São Paulo; 1 voo), Viracopos (Campinas-SP; 2 voos) e Porto Alegre (1 voo), além de voos cancelados em Viracopos (1 voo) e Porto Alegre (1 voo).

O Rio-Galeão, onde também estava prevista paralisação dos tripulantes, não registrava atrasos ou cancelamentos. O painel de voos do site da Infraero, que administra os Aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio, estava fora do ar.

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a greve continua enquanto os tripulantes esperam uma proposta das companhias aéreas que atenda suas demandas. No último fim de semana, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) apresentou uma proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da aviação regular, que previa reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) aceitou a proposta, mas o SNA, que pede aumento real de 5%, a rejeitou, optando pela greve.

Os tripulantes apontam que o movimento ocorre "tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas". Por determinação do TST, a greve pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas. O sindicato afirma que a determinação está sendo cumprida e o movimento ocorre dentro da legalidade.

Em nota divulgada na última terça-feira, o SNEA afirma que o preço das passagens aéreas foi fortemente impactado por conta da pandemia e que houve aumento dos custos para as companhias, que segundo o sindicato patronal acumulam prejuízos. "O SNEA enfatiza que as empresas aéreas têm colaborado com a negociação e buscado soluções para garantir o pleno atendimento de todos os seus clientes, especialmente neste período de alta temporada", conclui a nota.