Operação fiscaliza empresas para evitar uso impróprio de material e furto para ação criminosa
A Operação Dínamo, do Exército, deflagrada em todo o País na última semana para reprimir o tráfico de explosivos desviados e usados em ações criminosas, fiscalizou, em três dias, 93 empresas em 50 cidades da Região Administrativa de Campinas. O relatório final da operação na região ainda está sendo concluído, mas houve várias empresas autuadas, segundo o chefe da fiscalização de produtos controlados, tenente Luiz Antônio de Souza Franco.Essas empresas, a maioria pedreiras (que não tiveram seus nomes revelados), terão que se adequar à legislação, sob pena terem as suas atividades encerradas.Em todo o Brasil foram apreendidos mais de 79 mil quilos de explosivos, além de pólvora, cordel, espoletas, estopins e detonadores. Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, mais da metade dos explosivos, 40 mil quilos, foram apreendidos no Estado de São Paulo.Na região de Campinas, as pedreiras têm sido alvo de quadrilhas que atuam na explosão de caixas eletrônicos. As cidades da região sofreram com uma onda de explosões que teve início entre o segundo semestre de 2012 e o começo deste ano. Foram ao menos 80 casos até março, que fizeram da região a mais visada para ataques do tipo no Estado.Segundo dados do Exército, que é responsável pelo controle de armas e explosivos no País, no início do ano foram registrados aos menos três ataques de criminosos em pedreiras: Salto de Pirapora, Paraibuna e Ribeirão Preto. Desses locais foram levados 825 quilos do explosivos. A quantidade era suficiente para explodir 5 mil caixas (150 gramas de dinamite bastam para destruir um equipamento, segundo especialistas). A suspeita da polícia e que grande parte do material foi usado por bandidos que atuavam na região.A fiscalização na RMC fez verificações em empresas que atuam na blindagem de veículos, que também são controladas pelo Exército. A fiscalização envolveu 20 equipes com 60 homens da 11º Brigada de Infantaria Blindada e teve apoio de agentes das polícias Civil e Militar e da Receita Federal.No começo do mês, a polícia prendeu sete pessoas acusadas de participar de uma quadrilha especializada em explosões de caixas eletrônicos na região de Campinas. As ações ocorreram em Campinas, Jaguariúna, Itirapina, Santo Antônio de Posse e também na cidade de São Paulo.A Operação Dínamo foi a segunda etapa da Operação Selva de Pedra, deflagrada em maio e que executou ações de fiscalização de explosivos e produtos correlatos para verificar a regularidade da gestão desses produtos controlados por parte de empresas, entidades ou pessoas autorizadas, a fim de orientar, eventualmente, autuar e, se for o caso, responsabilizar infratores, com penas que vão desde advertência à cassação do registro de funcionamento.Na fiscalização de maio foram encontradas falhas no plano de segurança do material explosivo e nas instalações. “Voltamos na semana passada para verificar o cumprimento das determinações e algumas delas voltaram a ser autuadas. Demos prazos para que cumpram”, disse Franco. O chefe da fiscalização disse que somente ele atuou quatro empresas que não estavam em conformidade com a legislação. Ele está recebendo os relatórios das equipes, para informar o resultado ao comando.Segundo Franco, a fiscalização é uma atividade rotineira da corporação, que visa impedir que explosivos caiam nas mãos de criminosos.