A iniciativa do parlamentar ocorre após a morte de uma criança de dez anos por engasgamento durante um passeio promovido pela instituição em que estudava. Segundo o vereador, o acidente poderia ter sido evitado se um profissional capacitado estivesse presente
Vereador Rafa Zimbaldi (PP), autor do projeto de lei: mais segurança (Cedoc/RAC)
Um projeto de lei, de autoria do vereador Rafa Zimbaldi (PP), quer tornar obrigatório o acompanhamento de paramédicos em excursões promovidas pelas escolas de Campinas, públicas ou privadas. A iniciativa do parlamentar ocorre após a morte de uma criança de dez anos por engasgamento durante um passeio promovido pela instituição em que estudava. Segundo o vereador, o acidente poderia ter sido evitado se um profissional capacitado estivesse presente. Ainda não há previsão de quando a proposta entrará em votação. Após realizar uma campanha pela internet, a família de Lucas Begalli Zamora conseguiu que um projeto de lei obrigando as escolas a capacitarem seu corpo docente e funcional em noções básicas de primeiros socorros fosse protocolado anteontem na Câmara dos Deputados. Pelo projeto, as entidades estudantis terão de fornecer ao menos um paramédico para o acompanhamento das excursões, além de materiais necessários para prestar os primeiros atendimentos. A medida vale para excursões gratuitas ou pagas. A proposta também é penalizar de acordo com o Código Penal aquelas instituições que descumprirem a lei. O entendimento do parlamentar é que ao não cumprir a medida, as escolas estarão assumindo todos os riscos existentes. "As escolas constantemente promovem excursões com estudantes para estudos do meio nas diversas disciplinas. Por mais que alguns locais visitados tenham uma infraestrutura de atendimento, outras não têm ou ficam distantes de uma, e ainda há casos em que os alunos passam mal ou sofrem incidentes no caminho, dentro do próprio ônibus. Desta forma, o objetivo deste projeto é garantir minimamente que haja uma pessoa com os conhecimentos necessários para um primeiro atendimento de urgência que, muitas vezes, poderá evitar problemas mais sérios ou até salvar uma vida", diz. O caso Em setembro passado, o estudante Lucas Begalli Zamora, de Campinas, morreu após engasgar com um pedaço de salsicha durante um passeio promovido por uma escola particular. A ausência de uma pessoa com os conhecimentos necessários para realizar as manobras de desengasgo levaram o garoto a apresentar sinais de morte cerebral durante o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele chegou a ser hospitalizado, mas morreu dois dias depois.