Moradores se queixam da impossibilidade de acesso de veículos de prestadores de serviços e visitas
Interdição da Rua Mário Nogueira de Almeida é feita com cones e correntes; moradores reclamam de horários do fechamento, enquanto examinadores e alunos se queixam das condições dos banheiros no local ( César Rodrigues/ AAN)
O local de exame de baliza para obter a Carteira Nacional de Habilitação na categoria B em Campinas, na Rua Mário Nogueira de Almeida, na Vila Proost de Souza, tem sido alvo de reclamação de moradores por conta da impossibilidade de acesso de veículos de entregadores, prestadores de serviço e visitas. Há placas indicando a proibição de estacionamento de segunda a quinta-feira, das 7h às 14h, mas os moradores afirmam que não é possível nem entrar com veículo das 8h até 15h, 16h ou, se for véspera de feriado, 17h, com interdições esporádicas também às sextas-feiras. Além disso, os únicos sanitários acessíveis aos candidatos, instrutores e examinadores são os da Praça de Esportes José Gentil Franco de Campos, que estão em condições completamente precárias. O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) afirmou que “em breve” será definido outro local para o exame. O bloqueio é feito por cones com correntes em três acessos à via, na Avenida Licínia Teixeira de Souza, na Rua Antonio Rodrigues de Carvalho e na Rua Comendador Bernardo Alves Teixeira. A pensionista Arminda Torres da Silva, de 87 anos, que mora na Mário Nogueira de Almeida, depende da filha para sair de carro e sofre com a situação. “Os instrutores não deixam entrar aqui para vir me buscar e ela tem que parar na outra rua”, lamenta. Outro morador que preferiu não se identificar afirmou que a proibição de acesso acontece há pelo menos dois anos. “Em setembro, uma amiga deixou o carro em frente à minha casa e, quando saiu, havia sido multada”, diz. “Vem prestador de serviço e tem que parar o carro lá na frente e descer com todo o equipamento”, completa. Não somente os moradores estão descontentes. Os únicos sanitários disponíveis para candidatos, instrutores e examinadores estão abandonados, sem água e sem proteção para o assento das privadas, papel ou sabonete. Das três cabines existentes, tanto no banheiro feminino quanto no masculino, uma está sem porta e as outras sem trava. A área que seria destinada a vestiários, também com três cabines para chuveiros cada, não tem estrutura adequada, sendo que o vestiário masculino serve de depósito, com sofá desmontado, colchão, cone e pedaços de madeira. “Só tem vaso que não pode nem olhar para ele”, conta o instrutor Robson Alberto da Silva, de 38 anos. A universitária Bárbara Xavier de Oliveira, de 20 anos, concorda com a falta de higiene. “O único que dava para usar está sem porta.” Outro ladoQuanto à interdição, o Detran.SP afirmou que durante a realização dos exames a via, que tem pouco movimento, é bloqueada em um pequeno trecho — diferente do que a reportagem constatou no local — mas que o bloqueio não se aplica aos moradores, que precisam apenas informar a situação ao presidente da banca examinadora. Disse ainda que por causa da alta demanda na cidade, o local mostrou-se pouco eficiente para a condução dos exames e por isso vem negociando um novo endereço com a Prefeitura. O secretário de Esportes e Lazer de Campinas, Dario Saadi, que assumiu a pasta no fim de março, afirmou que a praça está sendo alvo de vandalismo há muito tempo, inclusive com furto de fiação e destruição dos sanitários. Disse que foram feitas duas vistorias durante este mês junto com a Administração Regional 11 e que está prevista até o fim de agosto uma ação com a Secretaria de Serviços Públicos no local.