violência

Exame de DNA confirma autoria de latrocínio

Alenita Ramirez/AAN
02/09/2020 às 16:20.
Atualizado em 28/03/2022 às 16:58
Fotografia realizada em frente a casa de uma das vítimas, no Jardim Eulina, em dezembro do ano passado (Wagner Souza/AAN                   )

Fotografia realizada em frente a casa de uma das vítimas, no Jardim Eulina, em dezembro do ano passado (Wagner Souza/AAN )

Exame de DNA confirmou a autoria do latrocínio - roubo seguido de morte - do casal de octogenários que morava na Avenida da Saudade, no bairro Ponte Preta, em Campinas, próximo à Igreja de Santo Antônio. As vítimas - Nelson e Ondina da Silva Felcar Mazzaro, 82 e 85 anos, respectivamente - foram assassinadas em junho de 2019 por Fernando Daniel José Américo, de 30 anos, o Mudinho, suspeito de ter matado duas mulheres na cidade, também para roubar. O caso foi esclarecido por policiais civis da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), ligada à Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deinter-2). Na época o crime chocou os moradores da região e amigos das vítimas. No começo das investigações, segundo o delegado José Carlos Fernandes, ao menos nove pessoas foram detidas e colhido material genético para comparar envolvimento no crime. Porém, os testes foram negativos. Com a prisão de Américo, por agentes da 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em dezembro do ano passado, que esclareceram a morte da dona de casa Renata Aparecida Ferreira Barreto, achada sem vida dentro de sua casa no Jardim Eulina, dias antes, os policiais da DIG passaram a suspeitar de Mudinho no crime contra os idosos. Sem testemunhas ou qualquer tipo de imagens, os policiais relacionaram o modus operandi do crime contra o casal aos outros crimes que Américo foi envolvido. "A partir de então, a investigação foi focada no suspeito, até por conta do cenário deixado no local e a forma como ele arrombava as portas, sem danificar a fechadura, que era muito parecida em todos os casos", disse o delegado. Os policiais solicitaram a coleta de material genético do suspeito, que foi realizada pelo Instituto Médico legal (IML) e o laudo chegou nesta semana. O resultado foi positivo, ou seja, as amostras do material genético deixado em objetos na casa dos idosos e que foi coletado pela perícia, era o mesmo do suspeito. "Ele nega o crime, mas não soube explicar como o material genético dele é o mesmo do deixado no local. O exame de DNA para comprovar um crime é muito usado pela Polícia Civil. O exame é preciso em 99,9% dos casos, então não tem como o investigado negar" , explicou Fernandes. O primeiro latrocínio relacionado a Américo foi contra uma advogada, em janeiro de 2016, na Vila Teixeira. A vítima morava sozinha e teve a casa arrombada e foi morta com requintes de crueldade. No entanto, o crime foi descoberto pela 3ª DHPP, após análise de imagens de câmaras de segurança. O suspeito era conhecido por roubos e furtos na região, na época. Ele foi preso, mas a Justiça o considerou inimputável após a defesa declarar que ele não entendia o que fez. A pena foi revertida em medida de segurança e ele foi internado no Hospital Psiquiátrico de Franco da Rocha. De acordo com a polícia, em junho do ano passado Américo recebeu alta e pouco tempo depois matou o casal de idosos. "Desde 2016, ele já fez quatro vítimas. Apesar de ele estar preso, vamos representar pela prisão preventiva" , disse Fernandes. Américo prestou depoimentos com a ajuda de uma intérprete. Crime Nelson e Ondina moravam sozinhos, em um sobrado, nos fundos da casa da família. Os corpos estavam dentro de um dos quartos, caídos no chão, com marcas de ferimentos causados por faca. A polícia foi acionada depois que um dos filhos entrou em contato dizendo que eles não se comunicavam havia quatro dias. Na casa havia sangue na parede, no chão e no banheiro. Os corpos foram achados no domingo, dia 23 de junho, logo após o feriado. Foi levado o par de alianças do casal e supostamente outros objetos.

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