Caso Ouro Verde

Ex-servidores depõem na 4ª Vara Criminal

Em depoimento de quase duas horas, o ex-diretor da Secretaria de Saúde, Anésio Corat Júnior, negou ter recebido qualquer tipo de propina

Renato Piovesan
17/04/2019 às 08:06.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:55

Em depoimento de quase duas horas, prestado na tarde de ontem, na 4ª Vara Criminal de Campinas, o ex-diretor do Departamento de Contas da Secretaria de Saúde, Anésio Corat Júnior, negou ter recebido qualquer tipo de propina dos donos da Organização Social Vitale, que administrou o Hospital Ouro Verde por 18 meses. Ele chegou a ser preso na segunda fase da Operação Ouro Verde, em março do ano passado, depois que promotores e policiais encontraram R$ 1,2 milhão em dinheiro em sua residência, mas obteve um habeas corpus em novembro e vem respondendo ao processo em liberdade. Ontem, o ex-servidor municipal Ramon Luciano da Silva, que trabalhou na Secretaria de Saúde ao lado de Anésio, também compareceu para depor, mas preferiu se manter em silêncio. O depoimento de ambos estava marcado para o dia 22 de novembro, mas a audiência foi cancelada porque os réus moram em outros municípios e precisavam ser intimados via carta precatória, o que demanda maior tempo, segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Eles foram denunciados à Justiça por organização criminosa, corrupção e peculato. Após os depoimentos, o promotor de Justiça Daniel Zulian, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), afirmou que a audiência foi positiva para a acusação, já que Anésio "não conseguiu refutar as provas já levantadas". Em fevereiro, após três meses de investigações, o prefeito Jonas Donizette (PSB) foi inocentado pela Câmara (24 votos a 8) das denúncias de omissão e negligência no Caso Ouro Verde. Ele poderia ser cassado do cargo, caso os vereadores entendessem que o chefe do Executivo tivesse sua parcela de responsabilidade no caso. A Operação Ouro Verde apura desvios de R$ 7 milhões em recursos públicos no Hospital Ouro Verde e, até agora, já levou 18 pessoas à prisão.

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