Roberto Carlos Bueno vendia a droga para pequenos distribuidores que a repassavam a traficantes
Ex-atleta foi submetido a exame de corpo de delito e depois foi encaminhado à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (São Bernardo) (Dorinaldo Oliveira )
O ex-jogador de futebol Roberto Carlos Bueno, de 44 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (21) por policiais da Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) de Campinas em uma pensão no Centro da cidade.
Ele é acusado de vender crack e maconha a pequenos distribuidores de droga na região do Terminal Central.
"Nós estávamos investigando os distribuidores de droga que atuam na região central há cerca de um mês e identificamos um homem que atendia como o Jogador. Ele abastecia o tráfico no Centro diariamente e ficava em pensões na região", contou o delegado Oswaldo Diez Júnior.
O suspeito contou que foi revelado pelo Guarani, atuou no Fluminense e até no futebol europeu. Os clubes, no entanto, não confirmam a informação de que ele fazia parte do seu elenco.
"Ele disse que jogava em 1983 e que atuou no Guarani, Fluminense, no Hannover da Alemanha e na Espanha", completou o policial.
Bueno vendia a droga para pequenos distribuidores que repassavam o entorpecente a traficantes responsáveis por abastecer o comércio de drogas na linha do trem, nas imediações do Terminal Central e na Praça Felipe Selhi.
Com ele os policiais encontraram R$ 1.013 em dinheiro, 70 porções de crack, dois tijolos de maconha, um celular, um notebook e várias folhas com anotações contendo informações sobre a contabilidade do tráfico de drogas na região central. "Essa contabilidade será analisada pela equipe de investigação", afirmou.
Segundo o delegado, Bueno já tem passagem anterior pela polícia por porte ilegal de armas. Em conversas informais com os policiais, o ex-jogador contou que atuava ao lado de jogadores como Neto e Mauro Silva.
Bueno contou aos policiais que entrou para o crime há pouco tempo. "Ele contou que se enrolou em Jaú e disse que está envolvido com o tráfico faz seis anos", disse.
QG
Bueno mora em Campinas e tem família, mas costuma se esconder em pensões no Centro de Campinas.
"A polícia está fazendo o seu papel, mas é preciso que o poder público fiscalize de forma melhor as pousadas, hotéis do Centro e outros estabelecimentos que ficam abertos 24 horas e acabam facilitando a vida de quem atua no tráfico", contou o delegado.
O jogador foi submetido a exame de corpo de delito e depois foi encaminhado à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (São Bernardo). (Colaborou Douglas Fonseca)