Metrópole teve participação efetiva na história da Força Expedicionária Brasileira
Dário Saadi enfatizou os atos de heroísmo e agradecimento ao Exército (Alessandro Torres)
Entusiastas, autoridades, militares e descendentes de membros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) se reuniram na manhã de sábado (6) em Campinas para celebrar os 78 anos do término da II Guerra Mundial.
Em evento realizado nas praças Euclides da Cunha e Clodomiro Rodrigues, ao lado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no Jardim Guanabara, admiradores e agentes de segurança discursaram e reforçaram a importância da metrópole para a história da FEB. Cinco grupos militares brasileiros com um efetivo de 25 mil homens desembarcaram na Itália, entre 1944 e 1945, se somando às tropas italianas no combate aos nazistas alemães. No efetivo brasileiro, 328 campineiros estiveram envolvidos na operação, direta ou indiretamente.
Durante o evento, veículos de guerra integraram o cenário arborizado com veteranos e entusiastas fardados com as vestes da FEB. A cerimônia teve início às 9h e contou com a presença do prefeito Dário Saadi (Republicanos) e dos secretários municipais Christiano Biggi (Segurança Pública), Adriana Flosi (Desenvolvimento Econômico) e Alexandra Caprioli (Cultura). Estiveram presentes ainda o comandante do Comando de Polícia do Interior 2 (CPI/2), coronel Adriano Augusto Leão, a comandante da Guarda Municipal (GM), Maria de Lourdes Soares e o comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), coronel Marcus Alexandre Fernandes de Araújo.
Em discurso rápido, Dário Saadi declarou que o evento é importante para manter e preservar a memória da FEB. “Conheço a história dos pracinhas porque meu pai gostava, e digo: um país, uma cidade que não preserva sua história corre o risco de não saber seu futuro. Por isso a importância desse evento para preservar, valorizar os atos de heroísmo e demonstrar gratidão ao Exército”.
As autoridades presentes foram certificadas com o diploma de “Dia da Vitória”, em alusão ao 8 de maio de 1945, data formal de derrota da Alemanha Nazista.
Quatro dos campineiros enviados ao combate na Itália não retornaram: Heitor Leme de Paula (1915 – 1945), Paulo Tansini (1918 – 1944), Francisco Vitoriano (1918 –194) e Oscar Rossim (1918 – 1944). O quarteto foi homenageado durante a cerimônia.
A professora de artes Stephanie Beraldo, de 32 anos, é neta do major Pedro Beraldo, campineiro que atuou na FEB. Ela avaliou como importante promover eventos que integrem sociedade e a memória. “Dá mais visibilidade para a população, já que muita gente nem conhece. Sempre fizemos questão de manter viva essa memória do meu avô, mas ultimamente está sendo apagada. Se não mantermos vivo, vai se perdendo”, disse.
Para o diretor da Associação dos Expedicionários Campineiros (AExCamp), Cesar Augusto de Azambuja Silva, a história precisa ser mantida, independente de “religião, cor, crença ou partido político”. “A história aconteceu e nós estamos aqui hoje para contar para vocês.
A solenidade marcou também o novo endereço de um obelisco dedicado aos pracinhas campineiros que morreram em combate. O monumento, antes instalado no cruzamento entre as avenidas Orozimbo Maia e Anchieta, foi transferido para a Praça Clodomiro Rodrigues, onde de acordo com Azambuja pode ser “melhor aproveitado”.
Além dos veículos de combate, jeeps, tanques, motocicletas e fardas, foram atrações a banda da EsPCEx, que entoou hinos militares, e uma praça de alimentação composta por foodtrucks. O evento foi apoiado pela Secretaria de Cultura de Campinas.
“Maravilhoso. Nunca devem morrer, esses eventos. Os combatentes foram heróis, jovens e mostraram seu valor. Nós estamos encerrando a nossa participação, mas os jovens precisam manter a memória”, disse Maria Helena Godoi Montera, de 76 anos, filha de combatente.