EXPERIÊNCIA IMERSIVA

Evento atrai estudantes para conhecer mais sobre ciência

Cerca de 16 mil alunos visitaram ontem as instalações do CNPEM, em Campinas, reconhecido como a maior infraestrutura de pesquisa do Brasil

Bruno Luporini/[email protected]
31/05/2025 às 13:47.
Atualizado em 31/05/2025 às 13:47
Durante o "Ciência Aberta 2025", os visitantes puderam visitar laboratórios, conversar com cientistas e participar de oficinas; evento terá continuidade hoje, aberto ao público em geral (Rodrigo Zanotto)

Durante o "Ciência Aberta 2025", os visitantes puderam visitar laboratórios, conversar com cientistas e participar de oficinas; evento terá continuidade hoje, aberto ao público em geral (Rodrigo Zanotto)

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), instalado em Campinas, recebeu ontem, durante o evento "Ciência Aberta 2025", a visita da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e de mais de 16 mil alunos das cerca de 650 escolas que agendaram a visita. Os visitantes puderam explorar laboratórios de ponta, conversar com cientistas e participar de experiências imersivas, oficinas e atrações interativas. O Sirius, acelerador de elétrons brasileiro reconhecido internacionalmente como um dos mais avançados no mundo, foi um dos principais destaques. Hoje, o evento terá prosseguimento e estará aberto gratuitamente ao público em geral até as 17h.

Para a ministra, a iniciativa é uma oportunidade de aproximar as pessoas da pesquisa científica de ponta. Ele observou que todos os dias as pessoas consomem alimentos, utilizam meios de transporte e objetos como smartphones que são frutos do desenvolvimento tecnológico. "Ainda mais aqui, que é a principal infraestrutura de pesquisa de nosso país, é possível ter uma visão da importância do da geração do conhecimento para a nossa juventude".

Luciana Santos afirmou que o atual governo entende a ciência e a tecnologia como propulsores do desenvolvimento nacional, uma vez que a produção científica, traduzida em inovação, amplifica a capacidade do Brasil de desenvolver produtos e serviços. Ela citou o conceito de tripla hélice, que consiste em um modelo de inovação que enfatiza a colaboração entre a universidade, a indústria e o governo para impulsionar o desenvolvimento econômico e social, especialmente através do conhecimento e da inovação. "O conceito traz a importância de se ter um olhar político diferenciado, porque são laboratórios (Sirius e Orion) considerados estratégicos e estruturantes para o país". 

Para Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), também presente no evento, o Ciência Aberta é uma oportunidade impactante para que os alunos do ensino fundamental e médio comecem a desenvolver uma ideia mais sólida do que eles podem estudar na graduação. "Vale lembrar que essa estrutura é nacional, mas também é um equipamento do mundo, com pesquisadores de vários lugares. Por tanto, é importante que os alunos possam ter contato com a ministra, com os pesquisadores e cientistas que os estão acompanhando hoje".

Alunos do segundo ano do ensino médio de um colégio de Santos estavam animados com a visita aos equipamentos e atividades do CNPEM. Helena Alves disse que a escola sempre promove atividades práticas em conjunto com o ensino teórico das matérias. A visita ao complexo tecnológico, segundo ela, foi uma atividade prática efetiva para compreender o que a área de ciências pode produzir. O pai dela é formado em química, área pela qual tem grande. Para Helena, a experiência no CNPEM foi muito satisfatória. "Eu amo aprender tudo que é novo, principalmente na área de exatas, que é um campo muito interessante de desenvolvimento científico".

ORION 

O primeiro laboratório de máxima contenção biológica (NB4) da América Latina e o único do mundo conectado a um complexo científico de fonte de luz síncrotron, que é o Sírius, começou a ganhar os primeiros contornos físicos. Assim explicou o diretor-geral do Cnpem, Antonio José Roque da Silva. De acordo com ele, após vencer os gargalos do projeto, como a conexão do laboratório ao Sirius, fase que exigiu o desenvolvimento de projetos técnicos, o empreendimento ingressou na fase de finalização do projeto de construção civil. O diretor geral afirmou que as primeiras linhas de luz já estão em construção e as escavações do subsolo do Orion também foram iniciadas. "Devemos começar a cravar as estacas em julho. No final do ano, provavelmente através de um consórcio, iremos contratar a empresa para o início da obra".

A expectativa é a de que o prédio seja erguido em um período de dois anos, com a conclusão prevista para o final de 2027. Após essa etapa, será iniciada a fase para a instalação dos equipamentos. "Ao longo do ano de 2028 alguns experimentos já devem começar a funcionar", prevê Silva. Quando pronto, o Orion será fundamental para o estudo e desenvolvimento de medicamentos e vacinas para o combate de vários patógenos, como o ebola, que tem taxa de letalidade entre 25% e 90%, dependendo da cepa, e aquelas causadas por vírus da família coronaviridae, como o SARSCoV-2, causador da pandemia de covid-19. "Isso vai colocar o Brasil na fronteira mundial no estudo de patógenos", concluiu o diretor-geral do CNPEM.

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