violência sexual

Estupros crescem 8,6% na RMC

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) revelam que o número de estupros nas cidades que englobam a RMC cresceu 8,6%

Henrique Hein
01/02/2019 às 07:32.
Atualizado em 05/04/2022 às 10:18

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) revelam que o número de estupros nas cidades que englobam a Região Metropolitana de Campinas (RMC) cresceu 8,6% entre os anos de 2017 e 2018, saltando de 631 agressões para 690 casos. Monte Mor, com apenas 58 mil habitantes teve 29 estupros computados ao longo do ano passado — foi o maior índice computado pelo número de habitantes entre todas as cidades da região. Santo Antônio de Posse, Indaiatuba, Vinhedo e Hortolândia completam, respectivamente, o “Top 5” dos municípios que mais tiveram estupros cometidos proporcionalmente em 2018. Campinas foi o município que apresentou o maior número de vítimas, com 269 pessoas violentadas em um universo de 1,1 milhão de moradores. Desta forma, ficou na 9ª posição entre as cidades da RMC que mais registraram abusos sexuais no ano passado, com um índice de uma pessoa estuprada para cada 4,4 mil habitantes. Santa Bárbara d'Oeste, com um estupro computado para cada 48,1 mil habitantes é a com os ‘melhores’ números. Morungaba, Americana, Holambra e Nova Odessa, respectivamente, seguem logo atrás, e completam a lista dos cinco municípios mais bem ranqueados da lista. Os dados divulgados, mostram ainda que 11 das 20 cidades da RMC registraram crescimento no número de casos entre os anos de 2017 e 2018. O destaque negativo fica por conta de Cosmópolis, que teve alta de quase 600% entre no período - a cidade saltou de dois estupros registrados em 2017 para 11 em 2018. As outras dez cidades com números alarmantes de crimes deste gênero foram: Artur Nogueira; Campinas; Holambra, Hortolândia; Indaiatuba; Jaguariúna; Monte Mor; Paulínia; Pedreira e Santo Antônio de Posse. Avaliação Na avaliação do ex-secretário de Segurança Pública de Campinas, Ruyrillo Pedro de Magalhães, o atendimento a esses casos de crimes sexuais ocorre ainda de forma deficiente por causa da falta de investimento na capacitação dos policiais por parte dos governos estaduais. Para ele, a carreira de um policial no Brasil precisa ser melhor valorizada. "É necessário reequipar a Polícia Civil e dar condições para que ela possa fazer o seu trabalho. Hoje, ela está totalmente desaparelhada, despreparada e desestimulada. Infelizmente, é isso que acontece. Entra governo; sai governo; muda o secretário e, no fim das contas, fica por isso mesmo e quem sofre é a população" , comentou. Somente no ano passado, 11.950 denúncias de abusos sexuais foram registradas nos municípios paulistas, mas apenas 15,5% dos casos terminaram com os agressores presos e condenados pelos crimes de estupro. “O governo desmotiva o trabalho da Polícia Civil com os baixos salários e um tratamento muito desigual com relação às demais carreiras. (…) Não é uma questão de aumentar o efetivo, e sim de se preocupar com as condições que são oferecidas e com a qualidade do trabalho dos policiais. Sem isso, a violência vai continuar acontecendo”, defendeu. Sobre o aumento de 8,6% nos números de casos de estupros nas cidades da RMC, o Ruyrillo explicou que, na verdade, os dados se mantiveram próximo de um mesmo denominador ao longo dos anos. Essa história de que o número de estupros estão crescendo conforme os anos passam é ilusória. O que está acontecendo é que as mulheres estão denunciando mais do que antes, porque estão começando a se sentir mais encorajadas a fazer esse tipo de denúncia.” NÚMERO DE ESTUPROS POR HABITANTE Monte Mor: 1 para cada 2.026 Santo Antônio de Posse: 1 para cada 2.886 Indaiatuba: 1 para cada 2.975 Vinhedo: 1 para cada 3.361 Hortolândia: 1 para cada 3.608 Jaguariúna: 1 para cada 4.015 Paulínia: 1 para cada 4.107 Campinas: 1 para cada 4.439 Pedreira: 1 para cada 4.736  Artur Nogueira: 1 para cada 4.859 Sumaré: 1 para cada 5.065 Engenheiro Coelho: 1 para cada 5.071 Itatiba: 1 para cada 5.177 Valinhos: 1 para cada 5.527 Cosmópolis: 1 para cada 6.454 Nova Odessa: 1 para 6.596 Holambra: 1 para cada 7.290 Americana: 1 para cada 8.176 Morungaba: 1 para 13.458 Santa Bárbara d’Oeste: 1 para cada 48.134

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