REFORMA NA EDUCAÇÃO

Estudantes ocupam escola em protesto contra Temer

Contrários à reforma na Educação apresentada pelo governo Temer, os estudantes ocupam a escola Newton Pimenta, no Jardim Aeroporto

Raquel Valli
raquel.valli@rac.com.br
11/10/2016 às 11:25.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:00

Estudantes ocupam escola Newton Pimenta no Jardim Aeroporto (Raquel Valli)

Alunos da Escola Estadual Newton Pimenta Neves, no Jardim Aeroporto, em Campinas, ocuparam o colégio na manhã de terça-feira (11) em protesto contra a reforma de ensino proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Parte dos estudantes está acampada dentro da escola, e afirma que não pretende sair pelo menos até amanhã. Os manifestantes impediram os alunos contrários ao protesto de ter aulas. A dona de casa Ilma Luiza Vilas Boas, de 58 anos, permanecia desde cedo em frente ao estabelecimento de ensino na manhã de terça. Acompanhava a neta de 13 anos, que estuda no local. “Não é certo”, se limitou a dizer. Já a adolescente afirmou que concorda com a reivindicação, mas que considera a forma de fazê-lo é equivocada. “Estão impedindo quem quer ter aulas de entrar.” A aluna Lauany Pereira, de 14 anos, também concorda, mas não ficou para protestar porque tinha horário no dentista. "O governo não podem tirar as matérias (do currículo)”, afirmou. “Eles estão querendo tirar filosofia, sociologia, artes, educação física. E como a gente vai fazer uma faculdade se a gente não teve essas matérias? A gente está lutando pelos nossos direitos. A gente vai ficar ocupando a escola, sim. Já temos metade da escola aqui dentro”, declarou Vanessa de Castro e Souza, de 17 anos. “Não é justo a gente ficar sem estudar, ficar sem matérias por conta dessa ideia do Ministério (da Educação)”, afirmou Daniele de Souza Silva, de 13 anos. A reportagem abordou o diretor na porta do colégio, mas ele disse que não poderia dar entrevista no momento. “Noventa por cento dos alunos da escola são favoráveis à ocupação. Espero que ela seja a primeira de muitas escolas ocupadas. Os estudantes estão indignados pela Medida Provisória, que é a medida mais antidemocrática que existe, encerrando as disciplinas”, disse o professor de geografia Pedro Oliveira, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e membro do Coletivo 15 de Outubro. “O governo quer tirar a educação física da grade. Acabamos de sediar a Olimpíada. Para fazer discurso de abertura dos Jogos serve, mas e para incentivar o esporte? O filho do pobre, do trabalhador, nunca vai poder ser atleta?”, questionou o sindicalista. A Medida Provisória que prevê a reforma do Ensino Médio foi em 23 de setembro pelo governo federal. Prevê a flexibilização do currículo por meio de quatro áreas de estudo — linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências sociais e humanas. Reduz pela metade as horas de disciplinas obrigatórias. O preenchimento da outra metade é de escolha do estudante, dentro dessas áreas. Inglês, matemática e português seriam as únicas obrigatórias durante os três anos do curso. A Secretaria de Estado da Educação, a qual está subordinda a escola, foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.  Leia Também https://correio.rac.com.br/2016/10/nacional_mundo/452724-pm-cumpre-reintegracao-e-desocupa-escola-em-sorocaba.html https://correio.rac.com.br/2016/10/nacional_mundo/452711-sp-debatera-reforma-do-ensino-medio-nas-escolas.html

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