Expectativa é que a divulgação das irregularidades ajude a conscientizar motorista
O risco de ser flagrado estacionando irregularmente foi o assunto do dia ontem no campus 1 da PUC-Campinas, no Parque das Universidades. Depois de ganhar destaque na mídia, a página do Facebook “Os piores motoristas da Puccamp” ganhou mais seguidores e levantou a discussão sobre como conscientizar os motoristas. Até a tarde de ontem, mais de 2,7 mil pessoas haviam curtido a página. “Eu acredito que as pessoas irão se conscientizar quando forem parar em locais proibidos e acho que a situação pode melhorar”, afirmou Ana Carolina Pereira, estudante de arquitetura.
A maioria dos estudantes entrevistados elogiou a página e acredita que ela seja um valioso meio de conscientizar os universitários. “Eles não mostram as placas do carro e não expõem as pessoas ao ridículo, então não vejo problema em divulgar as coisas erradas que são feitas aqui e que causam problemas não só para os motoristas, mas também para os pedestres”, disse Lucas Fonseca, aluno do curso de Engenharia Elétrica.
De forma humorada, a página denuncia os motoristas que estacionam seus carros em locais proibidos, de forma irregular ou de maneira a atrapalhar os outros motoristas. As imagens não identificam as pessoas, nem divulgam as placas dos veículos. A ideia é que o flagrado se identifique nas imagens e pare de estacionar errado. O universitário já criou também a página “Os piores motoristas da Unicamp”.
A reportagem esteve no campus ontem e constatou muitos casos de estacionamento irregular. Carros parados sobre faixa contínua, estacionados em vaga para deficientes, sobre locais proibidos e entre faixas foram alguns dos casos. “Todo dia é assim, a gente vê cada absurdo aqui e não tem o que fazer. Já vi muito carro atravessado em rua estreita, parado sobre calçadas e ocupando mais de uma vaga”, contou um funcionário da faculdade.
A aluna Gabriela Gonzales acredita que a iniciativa é importante porque tem o poder de mudar os hábitos dos motoristas. “A pessoa vai se conscientizar e irá pensar mais antes de parar o carro de qualquer jeito”, disse.
Apesar de dezenas de carros estarem estacionados em locais proibidos, a reportagem constatou que sobrava vaga nos bolsões de estacionamento. “Tem vaga, o que acontece é que todo mundo quer parar perto do prédio onde estuda e ai não tem jeito”, comentou a estudante Marina De Nadai.
Muitos motoristas preferem parar em local proibido a andar um pouco mais para chegar à sua sala. “Esse é o problema. Tem vaga para todo mundo, mas algumas vagas estão longe das salas”, disse a estudante de Relações Públicas Giovana Soares Gonçalves.
A PUC-Campinas informou que no Campus I são disponibilizadas aos estudantes 2,8 mil vagas e, segundo a universidade, no horário de pico, durante à noite, 1,9 mil carros utilizam o local. Durante a manhã, quando o movimento é menos intenso, a sobra de vagas é ainda maior. “Às vezes o camarada está a poucos metros, mas prefere parar em vaga de deficiente e local proibido, atrapalhando o tráfego, do que andar um pouco mais”, afirmou um funcionário que não quer ser identificado.
Quem trabalha no campus diz que os abusos são diários e vão além de estacionar em local proibido. “Em algumas ruas os alunos andam em alta velocidade. A situação já chegou ao ponto de dois deles baterem o carro”, contou outro funcionário.
A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) não tem poder fiscalizador em espaços privados, como o estacionamento da universidade e os funcionários também não têm poder para multar infratores. A faculdade informa, no entanto, que os motoristas que cometem irregularidades são orientados.