O Hospital das Clínicas informou nesta ontem (22) que seu estoque de sedativos essenciais usados para manter vivos os pacientes em estado grave intubados nas UTIs está no fim
Estoque de sedativos no HC da Unicamp deve durar mais 8 dias (AFP)
O Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informou nesta segunda-feira (22) que seu estoque de sedativos essenciais usados para manter vivos os pacientes em estado grave intubados nas UTIs dura mais oito dias.
Em depoimento ao Fórum da Sociedade de Medicina Cirúrgica de Campinas (SMCC), que debateu o colapso na saúde e os desafios da pandemia, na última quinta-feira (18), o superintendente do HC da Unicamp, Dr. Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, relatou, na ocasião, a situação dramática que o hospital tem vivido com o atendimento de casos covid-19 e disse que os estoques durariam no máximo até amanhã.
Ontem, o HC informou por meio de sua assessoria de imprensa, que renovou a previsão de escassez dos sedativos essenciais para que seja possível manter, adequadamente, os níveis de consciência, ventilação pulmonar e condições de intubação orotraqueal dos pacientes após a adoção de protocolos de atendimentos que visam adequar e maximizar o uso dos fármacos. Com a adoção dos protocolos, informou o HC, foi possível ganhar mais oito dias de consumo. O hospital informou ainda que realizou uma compra emergencial de 15 mil unidades de sedativos que podem durar nos consumos atuais cerca de 35 dias. A nota não especificou quando os medicamentos estariam disponíveis para uso.
Durante o evento na SMCC, na semana passada, o superintendente afirmou ainda que a espera por atendimento a pacientes no HC chega a durar dois dias e que o hospital registra aumento da taxa infantil de internação em UTI covid-19, com dois leitos de UTI de pediatria ocupados.
"Os leitos não covid estão com 100% de lotação. Estamos com pacientes intubados na enfermaria para liberar mais rapidamente os leitos de UTI", disse.
A adoção dos protocolos também foi apontada pelo superintendente durante o evento. Na ocasião ele disse também que o HC se prepara para a adoção de outros protocolos que envolvem a decisão de qual paciente recebe tratamento e qual precisaria esperar.” É uma coisa muito angustiante e nunca vivida", disse.