baixa umidade

Estiagem de 29 dias triplica as queimadas

Falta de chuvas e calor intenso são estopim para fogo em matas

Henrique Hein
13/08/2020 às 07:55.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:57
Defesa Civil registra 176 focos entre 1° de maio e 10 de agosto (Leandro Ferreira/AAN)

Defesa Civil registra 176 focos entre 1° de maio e 10 de agosto (Leandro Ferreira/AAN)

Devido ao tempo seco, ao calor e ao longo período de estiagem, o número de queimadas em áreas de cobertura vegetal quase triplicou em Campinas nos últimos meses, segundo dados divulgados pela Defesa Civil. Ao todo, 176 focos de incêndio foram computados pelo órgão entre os dias 1º de maio e 10 de agosto. Trata-se de um índice bem maior do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando houve 75 ocorrências na cidade. Em 2019, foram dois focos registrados em maio; oito em junho; 11 em julho e 54 em agosto (durante todo o mês). Já neste ano, foram 73 em maio; 32 em junho; 28 em julho e 43 somente nos primeiros dez dias de agosto. Segundo a Defesa Civil, o aumento das queimadas liga um sinal de alerta, já que os incêndios, além de afetarem o meio ambiente, também causam outro tipo de preocupação: os problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Além disso, neste ano, há ainda o agravante do novo coronavírus, que já matou mais de 800 pessoas no município e infectou mais de 21 mil moradores. Na avaliação de Sidney Furtado, diretor da Defesa Civil de Campinas, quanto mais queimadas acontecerem, maiores são as chances de aparecimentos de novos casos de doenças respiratórias e aumento na demanda e procura por leitos hospitalares. “Em tempo de coronavírus, é necessário reduzir o número de pessoas que buscam atendimento no sistema público de Saúde com problemas respiratórios”, disse ele. “A tendência é que as queimadas continuem registrando aumentos até setembro devido ao tempo seco.” Chuvas De acordo com informações do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, o longo período de estiagem, que dura desde o dia 14 de julho na cidade, está com os dias contados. "Para semana que vem temos fortes indicativos de que vai ser uma semana bastante chuvosa. Os indicativos são de chuvas persistentes e fortes por vários dias", explicou o meteorologista do instituto, Bruno Bainy. Neste ano, a Operação Estiagem da Prefeitura de Campinas termina no dia 31 de setembro. Até lá, a Defesa Civil continua monitorando as áreas com drone e também das imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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