Depois de 12 anos sem repassar recursos para o setor, governo estadual vai bancar R$ 1,78 mi por mês
Depois de mais de uma década sem receber nenhum tipo de verba do governo do Estado de São Paulo para o setor de saúde, o município de Campinas vai receber mensalmente mais de R$ 1,78 milhão para ajudar nos gastos com a área. Há 12 anos, desde o fim do governo Chico Amaral (na época PPB), por causa de rivalidades políticas, o único dinheiro que vinha para a Saúde da cidade era exclusivo para o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A partir de agora, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai auxiliar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) com R$ 285 mil mensais e o Complexo Hospitalar Ouro Verde com R$ 1,5 milhão, também por mês. O governo estadual ainda deve assumir o custeio do futuro Ambulatório Médico de Especialidades (AME), mas ainda não há um valor de repasse definido, tampouco uma data agendada.
De acordo com o secretário da Saúde de Campinas, Carmino de Souza, a verba do primeiro trimestre de 2013, referente às unidades básicas de saúde, começou a ser liberada na semana passada. “Serão R$ 285 mil por mês, mas o valor será pago por trimestre, ou seja, a cada trimestre o município receberá R$ 855 mil. Anualmente, serão R$ 3,3 milhões. O valor equivale a R$ 3,00 por habitante por ano, sendo R$ 1,50 do governo estadual e R$ 1,50 do governo federal”, explicou.
O repasse para o Hospital Ouro Verde, de R$ 1,5 milhão por mês, será feito assim que a reforma no complexo estiver finalizada. “O valor vai custear a manutenção da futura Unidade Referência para Acidentes Vasculares”, disse Souza. A unidade atenderá toda a região.
Já para construção do AME, que será realizada em terreno próximo ao Hospital Municipal Doutor Mário Gatti, haverá um repasse de R$ 5 milhões para complementar o projeto e iniciar a obra. “A construção será realizada pela Prefeitura de Campinas com verba do Estado”, ressaltou o secretário.
“Os repasses e projetos estão sendo negociados e desenvolvidos desde o início do ano e visam atender a toda a população da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O município está muito pressionado, os custos na área da Saúde são altos e não há força orçamentária. Por isso, o apoio do governo do Estado e do governo federal são fundamentais”, concluiu.
Pacote
Na última sexta-feira, 28, a Saúde foi o setor escolhido pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) para a divulgação de uma agenda positiva do governo com um balanço das ações do primeiro semestre, por ser considerado o setor mais crítico da Administração.
O peessebista priorizou o anúncio da contratação de 243 médicos o que, segundo o governo, supre a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento a 500 mil usuários. A rede pública de Saúde em Campinas conta hoje com 1.651 médicos. Segundo Souza, na conta da população que depende exclusivamente do SUS, existe um médico para 250 habitantes.
O chefe do Executivo afirmou que entrega no próximo mês 56 leitos reformados no Hospital Mário Gatti e que dará início a convênios com os hospitais filantrópicos.
Na tentativa de captar mais recursos para o setor, o secretário de Saúde se encontra com a presidente da República, Dilma Rousseff, na próxima quinta-feira, após uma intervenção de Jonas junto ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Com as novas contratações, o Executivo garante que a rede está abastecida de profissionais e que agora depende apenas de gestão para que haja melhora no atendimento.
O governo ainda não definiu onde esses profissionais serão alocados. Um estudo nos próximos dias deverá indicar quais são as necessidades de cada uma das 100 unidades de saúde da cidade.