EDITORIAL

Estado erra ao fechar unidade do Poupatempo

Os serviços foram prestados na unidade da Avenida Francisco Glicério por 22 anos

Do Correio Popular
Do Correio Popular
07/06/2020 às 10:51.
Atualizado em 29/03/2022 às 10:06

A unidade do Poupatempo, na Avenida Francisco Glicério, região central de Campinas — que segundo promessa do Estado no ano passado se tornaria um espaço modelo — teve suas atividades encerradas de forma definitiva. A informação foi publicada pelo Correio Popular em sua edição de domingo. Os serviços foram prestados no local por 22 anos, criando não só laços afetivos num público fiel que resolvia seus problemas burocráticos ali, mas também proporcionado vitalidade para uma região que carece de grandes investimentos. A unidade do Poupatempo era, ainda, o 3º posto de atendimento mais antigo do Estado. Ao menos 150 funcionários foram demitidos Segundo o governo paulista, o fechamento se deu por causa do encerramento do contrato com a empresa terceirizada que fazia a gestão da unidade. Resposta absolutamente contestável. Outra justificativa para o fechamento do serviço, segundo o Estado, ocorreu porque Campinas era a única cidade do Interior paulista que tinha mais de uma unidade em operação. A outra é a do Campinas Shopping, no Jardim do Lago, para onde serão transferidos os serviços. Justificar o fechamento do Popupatempo Centro pelo fato de a cidade já contar com duas unidades é outra alegação estapafúrdia, afinal, Campinas é uma metrópole com 1,2 milhão de habitantes, com uma área central bastante povoada e forte predomínio do comércio, o que sustenta uma demanda regular por serviços. Não havia, obviamente, desperdício. Ao contrário, o Poupatempo é um dos serviços mais bem avaliados pela população por conta do modelo de atendimento, eficiência na solução e concentração de órgãos num só lugar. O governo de São Paulo não explicou o que será feito com o prédio da região central e alegou que o fechamento do espaço não trará prejuízos à população. Mais um erro: claro que vai prejudicar. A unidade do shopping, embora servida por linhas do transporte, obriga ao pagamento do estacionamento para aqueles que lá se dirigem de carro. A julgar pela reação dos leitores do Correio, o governo paulista cometeu erro grosseiro de gestão: “inconcebível”, “inadimissível” e “inacreditável” foram alguns dos adjetivos usados em cartas para externar a revolta. O prefeito Jonas Donizette (PSB), envolvido na guerra da Covid-19, poderia encampar essa briga. O Correio já encampou. Um assunto que pode estar sendo pouco debatido por conta da pandemia, mas que é de vital interesse público. Ainda há tempo de o Estado desistir. Por que não achar outro lugar no Centro, então?

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