Cilindro de oxigênio sendo descarregado em hospital de Campinas: governo de São Paulo assegura fornecimento do gás em todo o Estado (Diogo Zacarias/ Correio Popular)
Apesar de cidades paulistas alertarem para estoque crítico de cilindros de oxigênio, o governo do Estado de São Paulo garantiu que não haverá desabastecimento nos municípios. Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, o Estado trabalha para manter o abastecimento em todas as cidades. "A gente sabe que a responsabilidade seria dos municípios, mas o governador, entendendo que até por uma questão humanitária, decidiu ajudar. Por isso, foi criada uma força-tarefa, não apenas para ter o oxigênio disponível para pequenas cidades que têm essa deficiência de captar os cilindros, mas ajudar na questão logística", disse.
Conforme o secretário, a decisão independe da nova usina (que deve ser entregue nos próximos dias). "Não é ela (nova usina) que dá assistência e acolhimento aos municípios. Temos usinas e abastecimento, o que precisamos é de cilindros, para que cheguem até pequenas cidades e unidades de saúde. A nova usina de oxigênio, que será inaugurada em Ribeirão Preto, nos dá suprimento adicional", acrescentou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
No último dia 22, o governo estadual anunciou a criação dessa nova usina de oxigênio para atender à demanda de pacientes do coronavírus no Estado. A iniciativa é uma parceria com a Ambev e com a Copagaz, com previsão de lançamento em 10 dias. Ontem, Gorinchteyn acompanhou Doria, durante a entrega de mais 3,4 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan contra o novo coronavírus para uso em todo o país.
[INTERTITULO]Variante
[/INTERTITULO]Membros do Centro de Contingência da Covid instituído pelo governo de São Paulo afirmaram durante coletiva, ontem, que a nova variante do coronavírus identificada em uma paciente de Sorocaba, no interior paulista, ainda não representa um perigo alarmante. Na avaliação apresentada, a mutação identificada seria similar àquela registrada na África do Sul, mas informações preliminares apontam para a possibilidade de que ela seja uma evolução natural da variante brasileira P.1.
"Precisamos determinar qual a real incidência desta nova variante, porque até o momento é um caso no universo de pandemia da P.1. Se for só um [CASO], são as medidas que estão em andamento. Fora isso, é o acompanhamento genômico e sequenciamento para acompanhar o surgimento dessas novas variantes, o que é esperado para esse momento", afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
A paciente na qual a mutação foi identificada não viajou à África do Sul ou teve contato com qualquer pessoa daquela região, o que fortaleceria a tese de que a variação é uma evolução da P.1. Também foram encontradas "assinaturas" da cepa original do coronavírus, o que indicaria uma origem local da variante. Ainda na semana passada, pesquisadores da Fiocruz alertaram para a circulação de novas mutações da covid-19 no País, mas em uma quantidade pequena das amostras, o que não configuraria ainda o surgimento de novas variantes.
"Vale ressaltar que as novas mutações foram, até o momento, detectadas em baixa frequência, apesar de encontradas em diferentes estados", afirmou a virologista Paola Cristina Resende. De acordo com Covas, a situação da paciente de Sorocaba e dos familiares tem sido acompanhada pela Secretaria de Saúde e pela Vigilância Sanitária. Ainda não se sabe qual seria o grau de contágio, transmissão e letalidade da nova variante.