Governo estadual apressa encontro para discutir escalada da violência em Campinas
População observa a formatura de 1,4 mil policiais no Vale do Anhangabaú, em São Paulo: região receberá 121 PMs e Campinas, 39 (Cedoc/RAC)
O governo do Estado antecipou para a próxima segunda-feira a primeira reunião do Gabinete de Segurança criado para a região de Campinas. O encontro foi marcado, às pressas, para o dia 12, sexta-feira, na Prefeitura de Campinas, após o Correio cobrar Município e Estado na última terça-feira. O grupo de combate à criminalidade foi criado há 40 dias, mas desde então nenhuma medida ou ação integrada entre as cidades da região, como tinha sido prometido pelo Estado, ocorreu.
Na época em que o gabinete foi formado, o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, que veio a Campinas, afirmou que o secretário adjunto de Estado, Antonio Carlos da Ponte, seria o representante do governo no comitê e que ele viria no mês de março para se reunir com as autoridades da região. Porém, não houve o encontro.
Após questionamento da reportagem, o prefeito Jonas Donizette (PSB) admitiu o atraso e ligou para o governo estadual, que confirmou a data inicial do dia 12.
O encontro, agora marcado para esta segunda-feira, deverá ser o pontapé inicial do gabinete, que tem como foco conter a escalada de violência em Campinas. O evento está marcado para ter inicio às 9h no Paço Municipal. O secretário de Estado virá novamente à cidade e trará Ponte, que será apresentado oficialmente ao Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública da Região Metropolitana de Campinas (Gamesp).
Também estarão presentes o secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, os 19 prefeitos e secretários municipais de Segurança das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e representantes dos comandos das polícias Civil, Militar e Federal.
A reunião irá acontecer a portas fechadas e sua programação inclui a apresentação e análise dos indicadores regionais relacionados à Segurança Pública e também às demandas municipais trazidas pelos prefeitos. Com os dados, o Estado pretende traçar medidas de combate à violência na RMC.
Histórico
O Gabinete de Segurança surgiu em Campinas no início do ano. Porém, após análises, ficou decidido que ele teria que ser ampliado para os outros 18 municípios da RMC devido à proximidade entre as cidades. Outro motivo para a ampliação foi o fato da região pertencer a dois comandos de policiamentos diferentes.
A principal intenção do comitê é mapear os pontos críticos que apresentam mais ocorrências criminais e apontar soluções de forma integrada, com ações das polícias e também das prefeituras.
O Comando de Policiamento Interior-2 (CPI-2), que tem a sede em Campinas, fez duas operações ostensivas em algumas cidades, mas quer integrá-las com municípios de outro comando, do CPI-9, como Sumaré e Hortolândia. Campinas também anunciou em fevereiro um Comitê de Segurança paralelo ao gabinete para discutir situações locais. O comitê de Campinas também aguardava a vinda do representante do Estado no mês passado.
A intenção da Prefeitura era reunir Ponte, autoridades de segurança do Município, os comandos das polícias Civil e Militar e os Conselhos Municipais de Segurança (Consegs) para traçar medidas mais focadas para a cidade e depois passar o modelo para as outras cidades que pertencem ao Gamesp.