INSEGURANÇA

Estação Guanabara vira ponto do medo

Local é ocupado por usuários de drogas, que realizam furtos na região, assustando moradores

Patrícia Azevedo
21/11/2013 às 17:27.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:31

Os moradores das ruas que contornam a Estação Guanabara e a Vila Mac Hardy, em Campinas, voltaram a viver dias de insegurança parecidos de quando a cracolândia funcionava a todo vapor no local. Apesar de parte do terreno ter sido ocupado pela Unicamp e o Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa (Ipep) ter comprado uma área de 10 mil metros quadrados, o espaço ainda não pode ser devidamente ocupado porque existem 40 famílias morando no local. Como resultado, o tráfico de drogas e os pequenos furtos voltaram a ocorrer e tiram o sossego de quem mora nas imediações.O entra e sai de moradores de rua e usuários de drogas é frequente no acesso ao terreno localizado no final da Rua Felipe dos Santos. “O dia inteiro tem gente entrando e ficando pouco tempo no local”, comentou um dos moradores. O tráfico de drogas no local é feito o dia inteiro e atrai todo tipo de gente. Com isso aumentam os pequenos furtos e a sensação de insegurança no local. “Uma vez arrombaram meu carro para levar o estepe”, reclamou outro morador.A área foi comprada pelo Ipep em 2006, que briga na Justiça pela desocupação do espaço desde então. “Conseguimos a reintegração em 2008 e saíram mais de cem famílias. A segunda reintegração veio em 2010, quando outras 30 famílias deixaram o local. Ficaram 40 famílias, só que aumentou muito o número de invasores”, afirmou Erico Barreto, proprietário da área do Ipep.O major Euclides Vieira, do 8 Batalhão de Polícia Militar, informou que não há registro do aumento dos casos de roubos na região. Segundo ele, o abandono de áreas e imóveis propicia a criminalidade. O patrulhamento nas imediações é feito com a Força Tática, a Rocam e com o policiamento de rotina. “Os crimes pontuais podem ser denunciados pelo telefone 190 e pelo Disque-Denúncia”, afirmou. ReintegraçãoO proprietário da área explicou que não pode construir e cercar o local enquanto a Justiça não conceder a reintegração de posse para tirar cerca de 40 famílias que ainda ocupam uma área de 3 mil metros quadrados. “Trinta por centro da área está invadida e eu não posso cercar o acesso porque senão estou impedindo o direito de ir e vir das pessoas”, afirmou.A reportagem esteve no local na tarde de ontem e flagrou atividade intensa de moradores de rua e usuários de drogas no local. “A rua fica movimentada o dia inteiro, não temos segurança”, afirmou uma aposentada que mora nas imediações.Com isso, até a limpeza do espaço fica prejudicada. “Quando eu limpo o terreno, há novas tentativas de invasão”, disse. Segundo Barreto, sua atuação no local é limitada. “Sem a invasão, a área seria uma tranquilidade só. Não posso nem cortar todo o mato porque há tentativas de invasão. Eu mantenho três seguranças 24 horas no local, mas eles não podem combater o crime”, afirmou.Barreto conta que instalou mais de dez postes de iluminação no local, mas não tem mais o que fazer para evitar problemas. “Está voltando ao que era antes, é uma pena”, diz uma moradora das imediações.Como consequência do abandono e o mato alto, há uma proliferação de ratos, insetos e outros animais. E o local também passou a ser usado como desova de veículos roubados.

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