COLORIDO

Estação das frutas enfeita as ruas

Nesta época do ano, árvores frutíferas de pequeno porte, como pitangueiras, amoreiras ou ameixeiras plantadas em calçadas, canteiros ou praças, atingem o auge na produção

Da Agência Anhanguera de Notícias
05/10/2019 às 23:40.
Atualizado em 30/03/2022 às 15:03

Além da gradual elevação da temperatura e o céu limpo de nuvens, a chegada da Primavera traz uma surpresa para muitos moradores de Campinas. Nesta época do ano, árvores frutíferas de pequeno porte, como pitangueiras, amoreiras ou ameixeiras plantadas em calçadas, canteiros ou praças, atingem o auge na produção de frutos. Elas se transformam em fonte essencial de vida para uma infinidade de espécies de passarinhos e proporcionam pequenos prazeres a quem passa. Árvores deste tipo podem ser vistas no Jardim Flamboyant, na Ponte Preta, na Vila Industrial, Vila Nova e em dezenas de outros bairros de Campinas. A maioria delas, carregada de frutos, como a amoreira que existe já há cerca de oito anos em frente à casa do estudante de Direito, Rafael Macedo Gonçalves, no Jardim Flamboyant. “Todo dia tem gente pegando fruto aqui”, conta ele. “E o legal é isso mesmo. As pessoas usufruírem. É bom que elas venham, peguem o fruto; que aproveitem”, acrescenta. Segundo estimativa do secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulela — pasta responsável pela gestão das políticas de arborização urbana —, a cidade de Campinas conta com aproximadamente seis mil árvores frutíferas adultas, plantadas nas ruas ou em espaços públicos. “Essas árvores são de extrema importância para a fauna. Aliás, elas são cultivadas, primordialmente, para atrair passarinhos e melhorar a qualidade de vida da região”, lembra Paulella. A disseminação deste tipo de cultivo ganhou impulso no final de 1991, quando o então prefeito Jacó Bittar tratou do assunto por meio de lei. Dizia a legislação que a Administração tinha como obrigação incluir as árvores frutíferas nos programas de arborização que viessem a ser adotados a partir daí. E foi assim que dezenas de milhares dessas árvores foram se espalhando pela cidade. As regiões do Jardim Guarani, Jardim Proença ou Jardim dos Oliveiras, por exemplo, são pródigas em árvores frutíferas. As avenidas Francisco de Angelis e José Gabeta, por exemplo, se transformaram numa espécie de corredor verde sobre o córrego Piçarrão e abrigam hoje dezenas de pés de goiaba, amora e pitanga. Há trechos em que foram plantadas até bananeiras. A ocorrência desse tipo de vegetação nas ruas, no entanto é muito anterior à lei de Jacó. No distrito de Barão Geraldo, por exemplo, no entorno da Unicamp, há inúmeros exemplares de amoreiras e pitangueiras, que permanecem frutificando desde meados do século passado. Grande porte Muitas dessas árvores são de pequeno porte — como as pitangueiras e outras das chamadas frutas vermelhas —, mas também são bastante comuns as de grande porte, como as mangueiras, abacateiros e até jaqueiras. “O próprio Jácó mandou plantar centenas de mangueiras na Theodureto (de Almeida Camargo, na Vila Nova), o que pode ser um problema”, argumenta Paulella. “São frutos pesados, que podem cair sobre carros, provocar acidentes e se transformar em risco para quem passa a pé”, afirma ele. Por conta disso, legislação mudou. Hoje não é mais autorizado que o contribuinte decida sobre esse tipo de plantio e uma série de regras foram estabelecidas no Guia Municipal de Arborização, editado em setembro de 2007. Um dos artigos do guia evidencia a preocupação das autoridades. “Evitar também árvores com flores e frutos de aromas fortes e enjoativos ou que possam manchar carros e calçadas”, diz o guia. “Frutos atrativos para fauna nativa são sempre interessantes como forma de assegurar sua sobrevivência”, mas faz uma ressalva. “A utilização de espécies frutíferas próprias para o consumo humano é muito controversa”, e lembra que deve ser respeitada, prioritariamente, a segurança da população. “Evitar utilizá-las em canteiros de avenidas com muito tráfego, onde a travessia de pedestres para apanhá-las ou mesmo a queda dos frutos possam acarretar acidentes”, adverte. Plantio No final de 2012, um grande programa de plantio de árvores foi iniciado pela Prefeitura, que incluía árvores frutíferas. As margens dos córregos do Parque Via Norte, Piçarrão e Carlos Grimaldi foram incluídos no programa. A estimativa da Secretaria de Serviços Públicos é que existam hoje em Campinas cerca de 700 mil árvores adultas, mas um grande contingente foi plantado nos últimos anos, segundo o secretário Ernesto Paulela. “Nós já plantamos perto de 1 milhão de mudas em toda a cidade”, garante Paulella, que está à frente da pasta desde 2013. SAIBA MAIS O plantio das mudas de mangueira no canteiro da Avenida Doutor Theodureto de Almeida Camargo aconteceu em 1990, na época da abertura da via. Segundo a Secretaria Municipal de Serviços Públicos, as cerca de 300 mudas plantadas foram cedidas pelo Instituto Agronômico por margear a Fazenda Santa Elisa.

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