DIA D

Especialistas são céticos quanto a mudanças

Especialistas estão céticos sobre a possibilidade da presidente rever seu pacote econômico e adotar políticas que possam reduzir as despesas do brasileiro

Milene Moreto
15/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:59
Roberto Romano: a população da cidade vem de uma onda de indignação própria que teve reflexos no que se viu no domingo (Divulgação/ Unicamp)

Roberto Romano: a população da cidade vem de uma onda de indignação própria que teve reflexos no que se viu no domingo (Divulgação/ Unicamp)

As dúvidas que ainda pairam sobre a força do protesto anti-Dilma terminam neste domingo (15), mas mesmo que uma multidão vá às ruas por mudanças, especialistas estão céticos sobre a possibilidade da presidente rever seu pacote econômico e adotar políticas que possam reduzir as despesas do brasileiro ou melhorar a condição de vida da população de forma efetiva. O cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Plínio Dentzien, afirmou que a petista pode até se sentir pressionada, mas se ela até agora não alterou sua política, dificilmente fará isso movida pelas manifestações. Para ele, a crise não é passageira e um indício disso é a entrega da economia para o ministro Joaquim Levy, um homem do mercado. “A presidente demorou para tomar essas medidas. Inclusive, o Lula queria mudar o rumo da economia faz tempo. É muito difícil entender a Dilma. A negação dela é um sintoma muito difícil”, afirmou o cientista político. Uma das críticas feitas ao governo da presidente tem relação com sua equipe. Os nomes mais próximos a ela não possuem bons diálogos com aliados no Congresso e com o mercado. Um deles é o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. “Ela está sendo muito mal assessorada. O Mercadante não coordena nada e ninguém o leva a sério. A começar pelo Lula”, disse Dentizien. ArticulaçãoEm 2013, quando as manifestações tomaram as ruas em todo o País, os políticos recuaram em várias medidas que estavam sendo estudadas, como a redução do poder de investigação do Ministério Público, por exemplo. Na época, a presidente prometeu várias mudanças, entre elas o combate à corrupção.   “Desde então a situação só piorou. Logo depois de ter vencido, Dilma declarou que estaria aberta ao diálogo com a Nação. Uma semana depois acabou tudo isso”, afirmou o professor de ética da Unicamp Roberto Romano. Para Romano, Dilma depende de boas estratégias de marketing, não tem vocação para a política e não está acostumada ao diálogo. O professor afirma que para agravar ainda mais a situação a presidente escolhe os piores articuladores. “Ela está sempre cercada de gente desastrada”, disse. 

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