migração

Especialistas apontam 'interiorização'

Fenômeno já vem sendo observado pelos economistas desde o ano de 1975

Francisco Lima Neto
03/03/2019 às 08:04.
Atualizado em 04/04/2022 às 21:59

Tanto o professor de economia Paulo Oliveira, pesquisador do Observatório da PUC-Campinas, quanto José Nunes Filho, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional Campinas, apontam um fenômeno chamado interiorização. De acordo com o professor, esse movimento já vem sendo observado pelos economistas desde 1975. “Basicamente consiste numa migração da população e da atividade econômica da Região Metropolitana de São Paulo, que passa a ir para o Interior do Estado, quando há um crescimento grande da população e da atividade econômica, porque as duas coisas caminham juntas. Uma vez que tem pessoas, tem consumidores. É como se os dois movimentos se autoalimentassem”, explica. Oliveira afirma que ainda não há consenso ou estudos conclusivos sobre o fenômeno, mas um dos motivos é a melhor qualidade de vida, menor custo de vida e de mão de obra. “O custo de vida nessas cidades é menor do que na Região Metropolitana de São Paulo, isso atrai as pessoas e as empresas que querem reduzir custos. Os salários são mais baixos e você acaba desenvolvendo uma dinâmica produtiva”, diz. Ainda de acordo com ele, as cidades ou regiões que mais cresceram foram aquelas onde há universidades. “Também tem um fator institucional. As prefeituras do Interior estão cada vez mais organizadas, então elas têm condições de receber grandes investimentos”, explica. Ele ressalta ainda que o Estado todo é muito bem conectado por rodovias, o que contribui para que as fábricas e empresas se instalem em outras regiões distantes da Capital. O diretor do Ciesp lembra que o processo de interiorização aconteceu justamente por conta da malha viária. “As rodovias criaram eixos de desenvolvimento nas regiões de São José dos Campos, Guarulhos, Jundiaí, Campinas, ABC, Sorocaba, Santos, e aí foram sendo criadas as macrorregiões e regiões metropolitanas”, explica. “Não era surpresa que num determinado momento, o Interior do Estado fosse chegar a esse ponto de ser o maior PIB do Estado e talvez o maior do País”, conclui. 

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