Escorpiões atormentam alunos no Jd. Chapadão

A infestação de escorpiões na Escola Estadual Marechal Mallet, na Rua Monte Líbano, no Jardim Chapadão, em Campinas, preocupa os responsáveis pelos alunos desde 2019, quando o problema foi identificado. Rose Bingo, cuidadora de 49 anos e mãe de um menino de 9 que estuda lá, assegura que a presença desses animais peçonhentos é recorrente.  Na última segunda-feira, quando uma comissão formada por mães se reuniu com a direção da escola para cobrar uma solução definitiva, foram encontrados dois escorpiões grandes e amarelos perto da sala da diretoria. "Sabemos que a diretora tem procurado fazer a parte dela, mas tudo é muito demorado. Geralmente, a hora de trocar o filho para ele ir estudar é um momento alegre. No nosso caso, o sentimento é contrário, de medo. Porém, as crianças não podem ficar sem o ensino", falou. No ano passado, as mães chegaram a comprar sete galinhas d'angola para afugentar os escorpiões. A criação dessas aves pode ser uma boa opção de prevenção alternativa. Especialistas afirmam que pode auxiliar, mas não resolve. O encontro contou também com a presença do vereador Carlão do PT, que foi procurado pelos pais. Para o parlamentar, a única saída é interditar e reformar o imóvel. Só assim, diz, serão sanadas questões estruturais como fissuras, pisos e assoalhos de madeira, tornando o ambiente menos atraente aos escorpiões. Carlão mencionou ainda que ao lado do colégio há um terreno baldio com mato alto e entulho, que só agrava o cenário. "A direção já solicitou a reforma ao Estado, mas não há previsão. Não podemos esperar que um acidente aconteça". Em ofício ao Conselho Tutelar, no qual informa que notificará também a Secretaria de Serviços Públicos, a Defesa Civil, escreveu que lá "estudam crianças entre 8 e 11 anos com peso médio de 30 quilos e uma picada poderia ser fatal". Ao todo são 420 alunos. A Prefeitura de Campinas informou, em nota, que a equipe da Vigilância em Saúde (Visa) da região Norte realizou diversas visitas técnicas à escola e elaborou relatórios apontando as fragilidades que favorecem a presença dos escorpiões e com orientações sobre o que deve ser feito na escola. “Foi verificado que o problema no local é estrutural, pois o prédio é antigo”, diz trecho do texto. Em dezembro de 2019, foi emitido um auto de infração pelo não cumprimento das medidas solicitadas à direção da escola, que entrou com recurso informando sobre o que já teria sido feito e o que foi solicitado à Secretaria de Estado da Educação. Sobre o terreno ao lado da escola, são realizadas manutenções periódicas na área, informa a nota. A última foi em janeiro e uma nova está agendada para a próxima semana.  A Secretaria da Educação do Estado informou, em nota, que a unidade de ensino passará por reforma para melhorias. A obra está orçada em R$283,5 mil. "Além disso, a unidade recebeu R$ 96,1 mil, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Paulista), que tem sido usado para limpeza do terreno e corte de mato, assim como para manutenção e pequenos reparos necessários", diz trecho do texto. A Diretoria Regional de Ensino de Campinas providenciou dedetização do local e acionou o Centro de Zoonoses. A administração regional está à disposição dos pais ou responsáveis pelos alunos para quaisquer esclarecimentos. Números O número de picadas e acidentes com escorpiões aumentou 162,6% nos últimos três anos em Campinas. Segundo levantamento da Secretaria de Saúde, foram 509 acidentes em 2019, contra 190 em 2017. Em 2018 aconteceram 326. Em uma década o aumento de picadas no Município foi de 597,2%. Se uma pessoa for picada por um escorpião, deve ligar imediatamente para o serviço de emergência ou ir ao pronto-socorro mais próximo. O veneno não deve ser sugado e o local, espremido. Torniquetes, que podem impedir a circulação do sangue também não são recomendados. A pessoa deve ser mantida em repouso, evitando o seu movimento para que não favoreça a absorção do veneno.