Evento, realizado na manhã desta quinta-feira, reuniu 70 professores, funcionários e especialistas
Os educadores também levaram para debate os desafios e as experiências desenvolvidas nas salas de aula ( Dominique Torquato/AAN)
As relações étnicas na escola e a construção da identidade da criança foram temas do debate no 3º encontro da formação continuada organizado pelos gestores de quatro escolas municipais de Ensino Infantil (Emeis) de Campinas. O evento, realizado na manhã desta quinta-feira (22), reuniu professores, funcionários e especialistas. A programação incluiu além de uma palestra sobre as relações étnicas, uma exposição de bonecas negras e um lanche temático da culinária afro-brasileira. Os educadores também levaram para debate os desafios e as experiências desenvolvidas nas salas de aula.De acordo com Rúbia Cruz, diretora da escola Dr. Tancredo de Almeida Neves, o evento desta quinta-feira (22) foi uma terceira etapa do projeto de educação continuada integrando as escolas Apóstolo Paulo, Guilherme de Almeida, Dr Maria de Lourdes Cardoso dos Santos, além da Tancredo Neves. Foto: Dominique Torquato/AAN Com o objetivo de compartilhar a construção das práticas pedagógicas e trocar experiências, gestores decidiram promover a formação continuada em rede Com o objetivo de compartilhar a construção das práticas pedagógicas e trocar experiências, os gestores dessas unidades decidiram promover a formação continuada em rede. “É inovador a possibilidade dessas escolas pensarem na formação integrada”, disse Rúbia.Os três encontros versaram sobre as questões que mais têm provocado reflexões no cotidiano escolar, que são o registro do cotidiano, a metodologia do estudo do meio e, por fim, as relações étnicas na escola. Este último tema abordado contou com a palestra da professora de pós-graduação de história e cultura afro-brasileira da Unisal Campinas Luci Chrispim Micaela. “Tratar a questão da igualdade racial, que é uma exigência do Ministério da Educação, é um papel muito importante do educador em exercício, não por uma questão legal, mas por uma questão de cidadania e respeito”, afirmou. Foto: Dominique Torquato/AAN Palestra da professora de pós-graduação de história e cultura afro-brasileira da Unisal Campinas Luci Chrispim Micaela Segundo Luci, além de trabalhar o assunto em aula, o educador deve interagir com a comunidade e rever as práticas pedagógicas permanentemente.Professores e gestores também levaram para o debate as suas experiências vividas na escola, como é o caso da diretora Lanea Regina Príncipe, que escreveu o livro O Reino das Cores. O livro foi escrito após Lanea ouvir de uma aluna que ela gostaria de mudar de cor. Foto: Dominique Torquato/AAN Diretora Lanea Regina Príncipe, que escreveu o livro O Reino das Cores “Fiz o livro com o objetivo de trabalhar a diversidade étnica e abordar a ausência de figuras infantis positivas negras. Queria uma princesa negra, uma fada negra e não encontrei. Se a criança não se vê inserida dentro do contexto, ela não existe e o vejo como o pulo do gato a escola descobrir que as crianças não são iguais”, disse. O encontro também contou com a exposição de 92 bonecas negras da colecionadora Loide de Souza Mafra. “Quando criança gostava muito de brincar de boneca, mas não havia bonecas negras. Na década de 80 comprei a primeira, que para mim foi um resgate daquela fase da infância, quando não não encontrava para comprar”, contou. As 70 pessoas que participaram do encontro também puderam se deliciar com uma café africano. Foto: Dominique Torquato/AAN Encontro também contou com a exposição de 92 bonecas negras da colecionadora Loide de Souza Mafra.