A primeira escola a desfilar será a Águia de Ouro, a única que não recebeu recursos do Município
Batucada na última semana deu mostra do que será o desfile (Edu Fortes/AAN)
Os desfiles das escolas de samba começam nesta segunda-feira (11) em Campinas com a apresentação de 11 agremiações. Nominada de "Carnaval Novo Tempo" a festa será realizada na Avenida do Samba, no Túnel Joá Penteado, e a expectativa da Prefeitura é receber 30 mil pessoas nos dois dias de folia.
Os recursos mais enxutos, na ordem de R$ 1,2 milhão, e o curto prazo para preparar a festividade não vão comprometer o evento, segundo informações da Administração. A festa está programada para ter início às 19h30, com a "apresentação do Rei Momo, Marcelo de Moraes e da Rainha, Juliana dos Santos. Os primeiros a pisar na passarela serão os blocos: Ibaô Afoxé e dos cadeirantes.
A primeira escola a desfilar será a Águia de Ouro, a única que não recebeu recursos do Município. O regulamento do Carnaval prevê que as agremiações que estiverem no grupo das pleiteantes desfilem ao menos três anos seguidos para constar na lista de repasses. Com o samba-enredo "Da Zona Sul surge o sonho colorido da folia e a voz do povo no poder" o desfile da agremiação deverá ter início as 20h45.
No grupo de acesso a agremiação Acadêmicos da Madureira, com 300 componentes, deve desfilar 21h40 com o tema "Uma viagem ao Brasil" .
No grupo especial, quatro escolas competem pelo título. A agremiação mais antiga a entrar na passarela hoje é a Estrela D'Alva, fundada em 1950, no bairro Taquaral. O grupo conta com 300 componentes, terá três carros alegóricos e vai para a avenida com o samba-enredo "Com a boca no mundo. Quem não se comunica se trumbica" .
A primeira do grupo especial a desfilar é a Unidos da Vila Rica, programada para entrar na passarela às 22h40, seguida pelas Leões de Vila Padre Anchieta, Estrela D'Alva e Renascença. Cada escola desfila por uma hora. As agremiações de Campinas receberam entre R$ 39 mil e R$ 56 mil da Prefeitura para auxílio nos custos do desfile.
Trios
O Carnaval em Campinas este ano não terá trios elétricos. Segundo informações do Executivo, a intenção do novo governo, nas mãos do prefeito Jonas Donizette (PSB), é valorizar o "Carnaval Tradicional" e não o modelo adotado na Bahia, e que foi trazido para a cidade pelo prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT). Segundo o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, apesar do apelo popular para que os trios continuassem, eles não são parte da tradição local.
O Executivo começou a planejar o Carnaval no dia 19 de janeiro. A promessa do governo Jonas é trabalhar, com tempo, para que a festa seja ampliada no próximo ano. A ideia é que a verba para as escolas seja repassada com antecedência para que os grupos tenham estrutura e tempo de montar o desfile.
Nos últimos anos, o custo da festa realizada durante a gestão de Hélio chegou a R$ 6 milhões. Devido à crise política, no ano passado, o ex-prefeito Pedro Serafim (PDT) cancelou a festa. No lugar dos tradicionais desfiles, foi criado um "Carnaval Descentralizado" com comemorações nos bairros e eventos nas regiões do Campo Grande e Ouro Verde.