BARREIRA ANTIVIOLÊNCIA

Escolas adotam equipamentos de segurança inéditos na RMC

Tecnologias utilizadas vão desde detector de metais a reconhecimento facial

Luis Eduardo de Sousa/ [email protected]
20/04/2023 às 09:05.
Atualizado em 20/04/2023 às 09:05
Estudante passa crachá para liberar catraca na entrada de colégio (Alessandro Torres)

Estudante passa crachá para liberar catraca na entrada de colégio (Alessandro Torres)

As medidas anunciadas por algumas prefeituras da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para oferecer segurança nos perímetros escolares incluem ferramentas nunca vistas antes na educação pública. Cidades como Sumaré, Vinhedo e Jaguariúna adotaram tecnologias de controle de acesso e monitoramento que vão de reconhecimento facial à detecção de metais. As ferramentas constituem uma resposta aos últimos casos de violência nas escolas registrados no país.

Vinhedo é uma das cidades que mais investiu em tecnologia. As 38 escolas da rede municipal vão receber catracas que fazem reconhecimento biométrico e facial dos alunos. Além disso, etiquetas inteligentes serão colocadas nas mochilas dos estudantes para que os pais possam monitorá-los. A implantação e manutenção dos equipamentos devem custar aos cofres públicos R$ 60 mil mensais.

A medida é inédita na rede pública da região e se sobrepõe até a ações vigentes em unidades particulares. Em um colégio privado, localizado no Guanabara, o espaço é equipado com catracas, mas o acesso, diferente do que será praticado em Vinhedo, se dá por meio de crachás. "Nós temos oito profissionais de controle de acesso só nessa unidade", explicou o diretor pedagógico da unidade, Antunes Rafel Santos.

Em outro colégio, no Parque Taquaral, pais e filhos entram e saem através de QR Code. "Os pais apresentam o código na portaria, o controlador de acesso reconhece e libera para entrar com o carro. É um sistema do tipo drive-thru. Depois de liberada a entrada, os pais param o veículo e pegam os filhos - ou deixam, no caso de entrada de aulas", contou a coordenadora financeira Priscila Silva.

Em Jaguariúna, o destaque é a implantação de detectores de metal na entrada dos 35 colégios. De acordo com a Prefeitura, serão adquiridos 126 equipamentos. Sumaré também vai instalar reconhecimento facial na entrada das escolas. A procura por ferramentas de tecnologia e inteligência fez a demanda aumentar em 200% em uma prestadora de serviços que oferece softwares de segurança a unidades particulares. "Os nossos serviços foram impactados em grande proporção pelo medo geral da população", disse o fundador da 'School Guardian', Leo Gmeiner.

Especialistas acreditam que as medidas são úteis, mas não esgotam a totalidade das ações que podem ser promovidas. "Toda ação é bem-vinda, mas deve ser aprimorada", comentou o coronel reserva da PM e ex-comandante do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep), Marci Elber.

A visão é corroborada pelo ex-secretário para Assuntos de Segurança Pública de Campinas, Ruyrillo Pedro de Magalhães. "Devem ser realizadas reuniões periódicas para discutir o assunto, que não pode ser abandonado. A coisa tem que ser analisada constantemente e mais, com integração, diálogo entre as forças", exprimiu o especialista.

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