Equipe faz varredura contra Aedes em Valinhos

Uma força-tarefa da Secretaria de Saúde de Valinhos fez sexta-feira varredura em região de 22 quarteirões no Jardim Pinheiros, área central da cidade, em busca de criadouros de mosquitos que possam transmitir doenças como dengue e febre amarela. A equipe distribuiu folhetos, conversou com moradores, orientou sobre formas de evitar acúmulo de água e sugeriu a vacinação como meio mais seguro de evitar riscos de contaminação. O grupo encontrou larvas do mosquito em boa parte das residências, o que surpreendeu os técnicos da Saúde. O trabalho foi feito em função do registro, nesta semana, de três casos suspeitos de febre amarela, febre maculosa e dengue no bairro — todos de uma mesma família. Um homem morreu na última quinta-feira. A ação segue o protocolo para casos de suspeita de doenças como dengue, febre amarela e maculosa e é uma rotina nos bairros. O homem, de 38 anos, morreu na Santa Casa de Valinhos depois de passar quatro dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Seu irmão, também de 38 anos (gêmeos), segue em observação no mesmo hospital, mas tem quadro estável. Um sobrinho da vítima, de 16 anos, manifestou os mesmos sintomas e foi levado pela família, que também mora no bairro, para o Hospital Vera Cruz, em Campinas, onde permanecia internado até o fechamento desta edição. Além de febre amarela, a Secretaria de Saúde de Valinhos informa que há suspeita também de dengue hemorrágica, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ou febre maculosa, que é disseminada pelo carrapato-estrela, para os três casos. Amostras de sangue dos pacientes foram colhidas e enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e os resultados podem levar até 30 dias para serem divulgados. Os 24 agentes de Saúde encontraram larvas em boa parte das residências visitadas, o que surpreendeu os técnicos. As larvas serão analisadas pela equipe da Prefeitura, que vai determinar qual espécie de mosquito está presente na área. A equipe da Secretaria de Saúde orientou os moradores sobre como agir para evitar a proliferação de mosquitos. No começo de fevereiro, um homem de 47 anos morreu em Valinhos com suspeita das mesmas três doenças. Ele vivia no Parque das Colinas e tinha uma chácara na zona rural. Amostras de sangue foram enviadas para o Adolfo Lutz, mas ainda não foi divulgado o resultado das análises. Relatório Os profissionais da Secretaria da Saúde aguardam os laudos dos exames dos três moradores de Valinhos que foram internados nesta semana. A partir dos dados, a Prefeitura vai traçar a estratégia para cuidar do problema. Uma equipe esteve ontem com o morador que segue internado na Santa Casa para traçar um perfil dos hábitos da família. Segundo ele, nenhum dos três viajou, visitou regiões de mata ou deixou a cidade recentemente, o que descarta a possibilidade de eles terem trazido a febre amarela de regiões como Atibaia e Mairiporã, onde há confirmação de casos. Além disso, o homem não relatou nenhum comportamento anormal que possa indicar a possibilidade de contaminação por outra forma ou doença. Segundo a Secretaria de Saúde, seu estado de saúde apresentou melhoras sexta-feira. Apoio O trabalho de busca ativa nas residências do bairro revelou a importância do trabalho de limpeza e contenção de objetos que possam acumular água nas casas. Os moradores foram orientados pelos técnicos a evitar latas, garrafas, pneus e qualquer objeto ou produto que possa armazenar água das chuvas. “As pessoas devem ter consciência de que precisam fazer a sua parte. A preocupação da Prefeitura é constante em todos os bairros e no ano todo. No caso do Jardim Pinheiros, estamos seguindo o protocolo para fazer a varredura, informar e deixar as pessoas cientes do risco que podem correr de não tomarem medidas preventivas”, disse Marli Aparecida da Silva, diretora da Divisão de Controle de Vetores da Prefeitura, que participou da ação. O morador Cícero Batista, do Jardim Pinheiros, disse que recebeu orientação de agentes no posto de saúde e cuida de sua casa com atenção redobrada. “Sempre limpo as calhas. Não descuido da caixa d’água e até coloco a redinha no ladrão, como ensinou uma agente da Prefeitura. Esse trabalho nas casas é fundamental." Outra moradora do bairro, Marinete Gomes Pereira, também ressaltou a importância da prevenção. “Não sabia do perigo de deixar o ralo aberto. A agente me explicou e agora vou cuidar direito. Elas estão fazendo um belo trabalho. E todos os moradores precisam fazer a sua parte, limpando os quintais também.” Marinete Gomes Pereira também ressaltou a importância de tomar a vacina contra a febre amarela. “É importante estar preparado para enfrentar qualquer doença." A vacina está disponível sem custos e é a única forma 100% segura de se proteger da doença.