Diagnosticado com um tumor na próstata no começo deste ano, o aposentado Antonio Candido Silva, de 79 anos, conta que vai diariamente ao hospital
Antonio Candido Silva reclama da demora para continuar as sessões (Leandro Torres/AAN)
Com o equipamento utilizado para radioterapia no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti quebrado há 20 dias, pacientes com câncer convivem com incertezas para dar sequência ao tratamento oferecido pela rede pública de saúde de Campinas. Diagnosticado com um tumor na próstata no começo deste ano, o aposentado Antonio Candido Silva, de 79 anos, conta que vai diariamente ao hospital na tentativa de retomar as sessões de radioterapia, que iniciou há dois meses, mas só tem ouvido promessas. “Fico preocupado porque será que não dá problema no meu tratamento se ficar tanto tempo sem as sessões de radioterapia? Já faz mais de duas semanas que está parado. Eles dizem que a peça veio dos Estados Unidos, mas nunca fica pronto”, reclama o morador do bairro DIC 1, no distrito de Ouro Verde. A radioterapia utiliza a radiação ionizante no tratamento de tumores, principalmente os malignos, e se baseia nadestruição do tumor pela absorção de energia da radiação. O princípio básico utilizado maximiza o dano no tumor e minimiza o dano em tecidos vizinhos normais, o que se consegue irradiando o tumor de várias direções. A reportagem telefonou ontem para Sala de Radioterapia e ouviu de uma enfermeira que “já chegou a peça, mas ainda estão consertando o equipamento e no máximo até amanhã (hoje) já liberam, aí vão ligar para cada paciente.” Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que o problema no equipamento detectado em 26 de junho já teve seu conserto providenciado. O custo dos reparos não foi divulgado. De acordo com a Administração, os pacientes que deixaram de ser atendidos no período terão prioridade, porém a pasta não confirma que a situação estará regularizada a partir de hoje. A Unidade de Oncologia da Rede Mário Gatti é a principal referência para tratamento de pacientes oncológicos de 42 municípios na abrangência da Direção Regional de Saúde (DRS-7). O serviço oferece anualmente 7 mil consultas oncológicas e 7,8 mil procedimentos quimioterápicos. Também são realizadas 2,5 mil consultas com 25 mil campos irradiados em radioterapia e 450 atendimentos de cuidados paliativos/pacientes ano. Recentemente, a Rede Mário Gatti implantou o programa Faz Saúde, ampliando o atendimento de radioterapia com a inclusão de 40 novos pacientes em tratamento em uma clínica credenciada. A intenção, do município, é zerar a fila para este tratamento, que bateu a marca de 300 pessoas em março, no último balanço divulgado.