Cidade tem 5,1 mil casos da doença desde janeiro, cinco vezes mais que em todo o ano passado
O município de Campinas já vive a segunda pior epidemia de dengue da sua história. O número de casos da doença desde janeiro é cinco vezes maior que o registrado em todo o ano passado. Segundo balanço divulgado ontem pela Secretaria da Saúde do município, 5.138 casos da doença já foram confirmados, enquanto que em 2012 a cidade registrou 981 casos. Outros 1.339 casos estão sendo investigados.
A pior epidemia da cidade ocorreu em 2007, quando o município teve 11.442 casos. Neste ano, o número de registros de dengue hemorrágica também já é o dobro de todo o ano passado. Segundo a secretaria, foram 14 casos, contra sete em 2012.
Desde o fim do ano passado, a secretaria está em alerta por causa da circulação na cidade do sorotipo 4 da dengue. A chegada de um novo tipo de vírus deixa toda a população vulnerável e aumenta as chances de ocorrência de complicações da doença. No entanto, até ontem, nenhuma morte foi registrada na cidade.
A região Sul continua sendo a mais afetada pela doença, com um total de 1.578 casos. O problema é mais grave em bairros como Campo Belo, Jardim Fernanda e Parque Oziel. Em seguida, a região mais afetada é a Noroeste, que registrou 1.129 casos. A região Norte contabilizou 944, a Sudoeste, 901, e a Leste, 598.
O mês de junho já teve um decréscimo significativo em relação ao número de casos registrado nos meses anteriores. Até agora, junho confirmou apenas 62 casos de dengue, enquanto em maio foram 826 casos. O mês de abril foi o que registrou o maior número de casos: 2.022.
Para a coordenadora do Programa de Combate à Dengue de Campinas, Tessa Roesler, o aumento dos casos da doença e de suas formas mais graves já era previsível, principalmente em razão da circulação do sorotipo 4 na região Sul desde o fim do ano passado. “As epidemias são comuns quando há circulação de um novo sorotipo”, disse.
Segundo a coordenadora, ao que tudo indica, a tendência é que a partir de agora o número de casos caia significativamente a cada mês. “O pico da transmissão foi em abril. Neste mês já vimos uma redução significativa e a chegada do inverno e consequentemente da seca deve diminuir ainda mais o número de casos”, explicou.
Além das ações de controle do mosquito vetor da doença, que visam eliminar criadouros na cidade, a Secretaria de Saúde está concentrando esforços para capacitar as redes pública e privada para que todos sejam bem atendidos e para que não haja demora no diagnóstico.
“O mais importante é que a rede de saúde saiba diagnosticar com precisão e agilidade para evitar a evolução dos casos. As pessoas precisam se conscientizar e procurar o foco dentro de suas casas e de seus locais de trabalho. Não basta achar que o mosquito está na casa do vizinho. Também é preciso deixar claro que a situação não é desesperadora, uma vez que 98% dos casos evolui para cura. A dengue tem tratamento, basta que aos primeiros sintomas a pessoa procure assistência imediatamente”, completou.
Os sintomas mais clássicos da doença são febre, mal-estar, dor no corpo e nas articulações, vômito, diarreia e manchas avermelhadas pelo corpo. “É preciso estar atento. Às vezes, nem todos os sintomas se manifestam. Além disso, principalmente nesta época, os sintomas são facilmente confundidos com os da gripe, o que pode retardar o tratamento”, concluiuTessa.