cenário

Entregadores promovem paralisação

Os serviços de aplicativos delivery como iFood, Rappi e Uber Eats devem ser parcialmente afetados hoje, em Campinas

Daniel de Camargo
01/07/2020 às 07:56.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:33
Com o slogan ?Não somos números, somos vidas?, campanha de motociclistas e ciclistas terá concentração, às 9h, na Torre do Castelo (Wagner Souza/AAN)

Com o slogan ?Não somos números, somos vidas?, campanha de motociclistas e ciclistas terá concentração, às 9h, na Torre do Castelo (Wagner Souza/AAN)

Os serviços de aplicativos delivery como iFood, Rappi e Uber Eats devem ser parcialmente afetados hoje, em Campinas, devido à paralisação nacional dos entregadores, que reivindicam melhores condições de trabalho. Nas redes sociais, a mobilização não é unanimidade, mas há convocação para uma concentração às 9h, na Torre do Castelo. Em abril passado, motoboys e ciclistas começaram um buzinaço no tradicional ponto turístico, que prosseguiu em carreata até o escritório do iFood na cidade, no bairro Mansões Santo Antônio. Na ocasião, pediram aumento no valor das taxas de entregas e garantia de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para se protegerem do novo coronavírus. A classe reclama que já sofria com a falta de assistência e direitos básicos, cenário que piorou significantemente durante a pandemia da Covid-19. Na campanha atual, utilizam a frase “Não somos números, somos vidas” e a hashtag #ApoioBrequeDosAPPs. Considerada atividade essencial e uma válvula de escape para que empresas do setor alimentício – como bares e restaurantes – continuem faturando, o serviço registrou aumento na demanda. Contudo, a remuneração é avaliada pelos trabalhadores como baixa. Em contrapartida, lidam diariamente com riscos de contaminação da doença. Entre as principais reivindicações, estão um reajuste no valor dos quilômetros e no valor mínimo de entrega. Na quarentena, argumentam, o lucro das empresas aumentou. Porém, alguns deslocamentos acabam não compensando. Solicitam também o fim dos bloqueios por meio dos aplicativos. Segundo a Representantes da categoria, participantes de protestos são rastreados e, em represália, desligados das plataformas. Os entregadores querem ainda a implantação de um seguro contra roubos e acidentes, além de licença remunerada em caso de infecção pelo novo coronavírus. Especificamente para a Rappi, exigem o fim da pontuação e restrição de local. De acordo com a categoria, a pontuação força o trabalhador a longas jornadas de trabalho, pois para obter acesso a determinadas áreas, por exemplo, é requerida uma classificação mínima. Aplicativos A Rappi informou, em nota, que desde 2019 oferece seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental. E, também parcerias que possibilitam desconto na troca de óleo e na compra de rastreador de veículos, entre outros. A empresa inaugurou ainda bases físicas para descanso, que estão fechadas devido à pandemia. “Novos benefícios devem ser adicionados e comunicados em breve”, destaca a nota. A Rappi informou ainda que tomou uma série de medidas por causa da pandemia da Covid-19, como a criação de um fundo para apoiar os entregados com sintomas ou infectados pelo período de 15 dias em que eles precisarão cumprir a quarentena. Já o iFood informou, antes de mais nada, nenhum parceiro é desativado por participar de protestos. Quanto a alocação de pedidos, explicou ser feito mediante critérios de disponibilidade e localização do entregador e distância entre restaurante e consumidor. O valor médio das rotas, detalha o texto, é de R$ 8,46. Defende ainda que os ganhos dos parceiros aumentaram 70% em maio, quando comparados a fevereiro. Em decorrência da pandemia, destaca ter adotada diversas medidas. A Uber Eats, entretanto, não retornou o contato.

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