delivery

Entregadores de app protestam em Campinas

Entregadores de aplicativos delivery como iFood, Rappi e Uber Eats estão concentrados na manhã desta quarta-feira (1), na Torre do Castelo

Daniel de Camargo
01/07/2020 às 10:52.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:32
Entregadores de app protestam em Campinas (Wagner Souza/AAN)

Entregadores de app protestam em Campinas (Wagner Souza/AAN)

Entregadores de aplicativos delivery como iFood, Rappi e Uber Eats estão concentrados na manhã desta quarta-feira (1), na Torre do Castelo, em Campinas, de onde sairão em carreta pelas vias da região central, em protesto para reivindicar melhores condições de trabalho. Segundo Reginaldo Alexandre Zasemena, motoboy de 38 anos, que reside no Jardim Florence 1, em torno de 100 entregadores já estão no local e outros 50 devem chegar em breve. Em seguida, eles realizarão um buzinaço por avenidas importantes como Andrade Neves e Francisco Glicério, entre outras, terminando o percurso na Avenida Barão de Itapura. De lá, planejam seguir para a entrada do Parque D. Pedro Shopping, no Jardim Santa Genebra, para barrar colegas de profissão que não aderiram ao movimento. O objetivo é evitar a retirada de pedidos nos restaurantes instalados no centro comercial. Zasemena disse ainda que os participantes do ato pretendem ficar no local até por volta das 18h30. Contudo, pode interromper as atividades se representantes dos aplicativos forem até lá ouvir as demandas e prestar esclarecimentos. Em abril passado, motoboys e ciclistas promoveram uma manifestação semelhante em Campinas, que terminou no escritório do iFood na cidade, no bairro Mansões Santo Antônio. Na ocasião, pediram aumento no valor das taxas de entregas e garantia de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para se protegerem do novo coronavírus. Paralisação nacional A categoria convocou para esta quarta-feira, uma paralisação em nível Brasil. A classe reclama que já sofria com a falta de assistência e direitos básicos, cenário que piorou significantemente durante a pandemia da Covid-19. Na campanha atual, utilizam a frase “Não somos números, somos vidas” e a hashtag #ApoioBrequeDosAPPs. Considerada atividade essencial e uma válvula de escape para que empresas do setor alimentício – como bares e restaurantes – continuem faturando, o serviço registrou aumento na demanda. Contudo, a remuneração é avaliada pelos trabalhadores como baixa. Em contrapartida, lidam diariamente com riscos de contaminação da doença. Entre as principais reivindicações, estão um reajuste no valor dos quilômetros e no valor mínimo de entrega. Na quarentena, argumentam, o lucro das empresas aumentou. Porém, alguns deslocamentos acabam não compensando. Solicitam também o fim dos bloqueios por meio dos aplicativos. Segundo a Representantes da categoria, participantes de protestos são rastreados e, em represália, desligados das plataformas. Os entregadores querem ainda a implantação de um seguro contra roubos e acidentes, além de licença remunerada em caso de infecção pelo novo coronavírus. Especificamente para a Rappi, exigem o fim da pontuação e restrição de local. De acordo com a categoria, a pontuação força o trabalhador a longas jornadas de trabalho, pois para obter acesso a determinadas áreas, por exemplo, é requerida uma classificação mínima. Aplicativos A Rappi informou ontem, em nota, que desde 2019 oferece seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental. E, também parcerias que possibilitam desconto na troca de óleo e na compra de rastreador de veículos, entre outros. A empresa inaugurou ainda bases físicas para descanso, que estão fechadas devido à pandemia. “Novos benefícios devem ser adicionados e comunicados em breve”, destaca a nota. A Rappi informou ainda que tomou uma série de medidas por causa da pandemia da Covid-19, como a criação de um fundo para apoiar os entregados com sintomas ou infectados pelo período de 15 dias em que eles precisarão cumprir a quarentena. Já o iFood informou, antes de mais nada, nenhum parceiro é desativado por participar de protestos. Quanto a alocação de pedidos, explicou ser feito mediante critérios de disponibilidade e localização do entregador e distância entre restaurante e consumidor. O valor médio das rotas, detalha o texto, é de R$ 8,46. Defende ainda que os ganhos dos parceiros aumentaram 70% em maio, quando comparados a fevereiro. Em decorrência da pandemia, destaca ter adotada diversas medidas.  A Uber Eats, por sua vez, replicou posicionamento da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec). Em nota, a entidade informou que, mesmo diante de um cenário crítico, as empresas associadas a ela, que atuam no setor de delivery, implementaram, desde o início da pandemia, diversas ações de apoio aos entregadores parceiro. “As plataformas de delivery operam sistemas dinâmicos e flexíveis, que buscam equilibrar as necessidades de entregadores, de restaurantes e de usuários”, diz trecho do texto. Por fim, reafirmou estar, conjuntamente aos aplicativos associados, aberta ao diálogo e atenta as reivindicações para aprimorar a experiência nas plataformas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por