TRATAMENTO

Entrega da ETE Boa Vista eleva capacidade a 100%

Estação também estará capacitada para produzir água de reúso

Maria Teresa Costa
06/06/2020 às 10:34.
Atualizado em 29/03/2022 às 10:13

O prefeito Jonas Donizette (PSB) anunciou a entrega da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Boa Vista em 30 de junho e o início da operação após o mês de julho, obra que garantirá a Campinas a ampliação da capacidade de tratamento dos atuais 92% para 100%. A cidade será a primeira, entre as de grande porte, a atingir a universalização no tratamento dos efluentes.Instalada às margens da Rodovia D. Pedro I, a estação terá capacidade de tratar 180 litros por segundo, e produzirá água de reúso a partir do processo que usa membranas filtrantes, tecnologia que elevará o nível de tratamento. Essas membranas removem a matéria orgânica e fazem a desinfecção da água, devolvendo ao rio água com 99% de grau de pureza.A entrada imediata da operação não ocorrerá porque a entrega de um equipamento importado necessário ao processo, um soprador, que injeta oxigênio na massa de esgoto, atrasou, em função da pandemia. A previsão, segundo o diretor Técnico da Sanasa, Marco Antônio dos Santos, é que o equipamento chegará no final de julho. Haverá ainda um período de pré-operação para atestar a eficiência processo.Com o início da operação, começará a fase de desativação da Estação Vó Pureza, no Jardim São Marcos, prevista para ser concluída em 18 meses. Essa estação é alvo de muitas reclamações dos moradores da região, por causa do mau cheiro. Santos afirmou, no entanto, que o odor não vem da estação, mas do córrego, onde há lançamento de esgoto clandestino de empresas. “Fizemos um trabalho com as empresas e melhorou bastante. Empresas têm obrigação de tratar seu esgoto industrial”, afirmou. A estação beneficiará uma população de cerca de 60 mil pessoas de 30 bairros.O prefeito também anunciou ontem a liberação de recursos do Ministério de Desenvolvimento Regional (R$ 260 milhões) para a modernização da ETE-Anhumas, em Campinas, e ETE-Capuava, de Valinhos. As duas estações farão tratamento terciário, com a produção de água de reuso.O investimento da Sanasa da estação de tratamento de esgoto ocorre por uma parceria com a cidade vizinha, que enfrenta problemas na aprovação de investimentos industriais e residenciais, porque sua capacidade de tratar o esgoto já se esgotou. Pela parceria, a empresa de Campinas modernizará a ETE-Capuava e levará para serem tratados nessa unidade os efluentes que hoje chegam a ETE-Samambaia, alvo de recomendações do Ministério Público para adoção de medidas, diante de reclamações da população do entorno, em relação ao mau cheio. Essa estação trata 60 litros por segundo e será desativada.Há também um fator ambiental na decisão: o esgoto tratado em Valinhos é despejado no Córrego Pinheiro, que deságua no Rio Atibaia, a um quilômetro do local onde a Sanasa capta água para abastecer 95% de Campinas. Com melhor qualidade de água, a empresa terá redução de custos, especialmente cloro, no tratamento.

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