Representantes da sociedade civil, de diferentes entidades e partidos políticos pediram a saída do deputado
Nome do político é alvo de protestos em todo o País, incluindo Campinas, por declarações homofóbicas (Edu Fortes/ AAN )
Um protesto contra a escolha do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados foi realizado no final de semana no Centro de Campinas.
Representantes da sociedade civil, de diferentes entidades e partidos políticos pediram, em ato no sábado (16), a saída do deputado. Eles prometem continuar a se manifestar até que o deputado deixe o cargo ou que o seu mandato acabe, o que deve acontecer em um ano.
O nome do político é alvo de protestos em todo o País por declarações homofóbicas. O ato, que teve concentração na Catedral Metropolitana, reuniu cerca de 300 manifestantes, segundo a organização.
Eles saíram em passeata pela Rua 13 de Maio e fizeram barulho, com apitaço e carro de som. Paulo Mariante, presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos de Campinas e um dos organizadores do movimento, disse que o ato é uma tentativa de marcar o repúdio à escolha, considerada “absurda”.
“A comissão ser entregue a um deputado com atitudes abertamente homofóbicas e racistas é uma afronta. Desde que foi criada, a comissão tem sido um espaço de debate e denúncia de violação dos direitos humanos e não dá para compactuar com uma situação como essa. Na prática, significa dizer que ela não vai existir nesse período” , afirmou.
Para o publicitário Fernando Simões, Marco Feliciano nem deveria estar em Brasília. “Ele representa evangélicos, mas acredito que a maioria dos evangélicos não compactua com as atitudes dele, que prega o ódio, o desrespeito às minorias. Ele não nos representa. E o nosso temor é que ele não fique apenas no discurso e passe a colocar em prática suas atitudes discriminatórias e racistas. O lugar em que ele está tem que ser ocupado por um representante que lute pelas minorias”, disse.
Esther Pereira, representante do Grupo Identidade, também criticou a escolha. “Nos entregaram aos nossos agressores”, disse. O ato de Campinas se somou ao conjunto de manifestações que ocorrem em todo o Brasil. Pelo menos 20 cidades estão mobilizadas em protestos. Segundo Mariante, o objetivo é que as manifestações aconteçam enquanto Feliciano permanecer na comissão.
“Esperamos que a Câmara dos Deputados tenha dignidade política de reconhecer o erro e voltar atrás. Se não reconhecer, vamos continuar com os protestos até o fim do ano" , afirmou.