Organização Expedicionários da Saúde, que faz trabalho regular de atendimento a grupos indígenas do norte do País
Duas crianças indígenas da etnia kaxinawa, do Acre, estiveram em Campinas ontem para a substituição das próteses </IP>que foram colocadas há cerca de dois anos, pela Organização Não Governamental Expedicionários da Saúde (EDS). De acordo com o médico ortopedista Ricardo Afonso Ferreira,fundador da organização e membro do corpo clínico do Centro Médico de Campinas, a substituição é necessárias pois as meninas - Stéfani e Keila, de oito e nove anos - estão em fase de crescimento e os equipamentos precisam ser adequados para cada momento desse processo. "É natural, pois elas estão crescendo e a gente precisa fazer essa adequação de tempos em tempos" , explicou. "Nesse processo de cerscimento, elas começam a sentir dores e o equipamento precisa ser readequado" , continua. A Expedicionários da Saúde reúne mais de 300 médicos de Campinas e de todo o Brasil. Organiza, em média, três expedições por ano em vários estados da Amazônia Legal Brasileira. Até abril do ano passado, quando os médicos realizaram a sua última expedição, a EDS já havia completado 8.356 cirurgias, 58.893 atendimentos e 87.428 exames e procedimentos. As intervenções mais freqüentes são cirurgias oftalmologicas e cirurgia geral, mas também são comuns, cirurgias pediátricas, ortopédicas e ginecológicas de média complexidade. "A gente foi crescendo e fazendo cada vez mais pelo cuidado com as populações indígenas que vivem geograficamente isolados" , diz o médico. "Decidimos criar a organização vendo a realidade da saúde indígena e tudo o que se poderia fazer com um grupo de médicos não tão grande para modificar um realidade, como nos casos de cataratas, hérnias e a retirada das lesões do colo de útero. É muito legal porque é resolutivo. São coisas resolutivas. Nós não temos tamanho para fazer nada que não seja resolutivo", finaliza.