Sequestradores foram feridos, mas não houve necessidade de encaminhamento a uma unidade de saúde
Após quatro dias de sequestro um empresário de 36 anos de Vinhedo foi libertado de cativeiro pela Polícia Militar de Campinas nesta sexta-feira (19) à noite, num barraco do bairro Gleba B. Edivaldo Santos Soares, 47, vigiava o local e denunciou quem seriam outros dois integrantes da quadrilha, moradores do mesmo bairro, mas apenas um deles, Marcelo Moraes de Lima, 32, foi encontrado em casa e preso, com uma pistola calibre .380. O terceiro criminoso teve apenas um documento com foto apreendido no imóvel onde mora, além da mulher dele, uma adolescente de 17 anos que chegou a ser encaminhada à Delegacia Especializada Anti-Sequestro de Campinas (Deas), mas foi liberada por não haver comprovação de participação no crime. Todos tiveram ferimentos, mas não houve necessidade de encaminhamento a uma unidade de saúde.
Segundo o delegado do Deas, Renato Lauer, responsável pela investigação, a vítima libertada na sexta foi sequestrada na segunda-feira (15) na rua de casa, no bairro Capela, em Vinhedo, quando bebia cerveja na calçada com outros três amigos e vizinhos, que foram soltos na noite de quarta-feira com uma carta à mulher do empresário em que pediam o valor de R$ 500 mil para seu resgate. A família então conseguiu imagens das câmeras do pedágio da Rodovia Miguel Melhado de Campos e avistaram o veículo suspeito, onde reconheceram um dos passageiros como uma das vítimas, o que ajudou na localização do cativeiro.
Lima e o terceiro criminoso identificado teriam feito a abordagem com a pistola apreendida para roubar a casa do empresário, mas como ele estava sem o controle do portão e havia outras pessoas presentes, Lima ligou para outro criminoso que apareceu com um Fiat Palio, onde todos foram levados a um primeiro cativeiro, ainda não identificado. De acordo com Lauer, a vítima foi a escolhida pelos rumores no bairro sobre a herança que havia recebido recentemente com a morte do pai.
Os quatro reféns foram mantidos quase todo o tempo vendados e foram agredidos, de maneira mais grave contra o empresário, que estava amarrado e vendado quando foi encontrado e possui vários hematomas e cortes pelo corpo, além de um dedo da mão fraturado por pressão de alicate. No segundo dia de sequestro, todos foram transferidos para um segundo cativeiro, muito próximo do cativeiro final para onde o alvo principal da quadrilha foi levado assim que os três amigos foram libertados.
Também foram apreendidos no barraco quatro celulares, que não pertencem às vítimas e um simulacro de arma, que não teria sido usado durante os dias de cárcere. Uma outra pistola e uma espingarda calibre 12 que as vítimas alegam ter visto enquanto eram mantidas reféns não foram localizadas. O Deas continua as investigações que apontam para a participação de até oito integrantes na ação.