ELIAS FAUSTO

Empresário mandou matar prefeito de Elias Fausto, diz polícia

Delegado José Roberto Daher se limitou a dizer que uma prisão foi feita. O caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba

Ana Cristina Andrade
22/10/2015 às 20:32.
Atualizado em 23/04/2022 às 03:46
Enterro do prefeito de Elias Fausto, Dude, assassinado na cidade em outubro  (  Cedoc/ RAC)

Enterro do prefeito de Elias Fausto, Dude, assassinado na cidade em outubro ( Cedoc/ RAC)

O empresário Sérgio Vicente Picão, de 42 anos, foi apresentado nesta sexta-feira (23) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública como suspeito de ser o mandante da morte do prefeito de Elias Fausto, Laércio Betarelli (PSDB), assassinado com seis tiros no dia 2 de outubro. Ele teve a prisão preventiva decretada e estava preso desde a noite anterior em Piracicaba. Picão nega o crime. A Polícia Civil divulgou um retrato falado do homem acusado de fazer os disparos, que está foragido. Embora o acusado seja presidente do PTB na cidade, a Polícia Civil diz que o crime não foi político e sim econômico. O secretário estadual da Segurança, Alexandre de Moraes, foi a Piracicaba na quinta-feira (22) dar entrevista coletiva sobre o caso. A prisão do suspeito foi feita no dia anterior pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da cidade, responsável pela apuração do crime. Segundo Moraes, Picão trabalhava com loteamentos clandestinos na cidade e Betarelli tentava embargá-los. As investigações levantaram que houve troca de ofensas entre os dois pelas redes sociais. “Foram ofensas que chegaram ao cunho pessoal, a ponto de envolver família”, disse o delegado seccional de Piracicaba Roberto José Daher. Ainda ontem foi divulgado o retrato falado do suposto executor do prefeito. Vicente foi preso na noite de anteontem em Elias Fausto, através de mandado de prisão temporária de 30 dias, prorrogável por mais 30. O empresário chegou a denunciar o prefeito por um suposto descarte irregular de lixo em Indaiatuba, cidade vizinha a Elias Fausto. A Polícia Civil de Piracicaba iniciou a investigação pela caminhonete Fiat Strada que testemunhas viram deixando o local do crime. De acordo com o secretário, o motorista da caminhonete seguiu o prefeito no dia do crime, como mostram fotos de radares. Através de imagens de câmeras de Indaiatuba foi visto que um carro com as mesmas características saiu desta cidade antes do assassinato de Betarelli e não voltou mais para o município. A polícia informou que este carro estava no nome de uma mulher, mas ela o vendeu e não havia transferido ainda. “Buscamos e achamos outra pessoa, que já havia vendido para outra: Sérgio Vicente Picão. Um dia após o crime, ele tentou devolver este veículo alegando problemas. Ele está negando ser o mandante, mas os indícios apontam para ele”, disse Daher. Ele disse que não há nenhum indicativo que haja a participação de uma terceira pessoa no crime. Para o secretário, há indícios da motivação, planejamento e execução. Nesta sexta, "enquanto chegávamos aqui recebemos a notícia de que a caminhonete foi localizada no distrito de Cardeal, em Elias Fausto, abandonada na rua, mas uma equipe de perícia está indo para o local coletar impressões digitais e outros materiais que possam servir de provas”, destacou. Perseguição No dia do crime, conforme levantou a Polícia Civil por meio de imagens, o prefeito Laércio Betarelli foi seguido por vários minutos desde Cardeal até o local onde foi morto. No trajeto, o prefeito parou em um trevo e como o motorista da Strada não esperava a parada dele, acabou ultrapassando seu veículo, mas logo adiante fez o retorno. “Isso é importante porque descarta qualquer coincidência e não resta dúvidas que o Sérgio foi o mandante”, acrescentou Alexandre de Moraes. “Ele quis tirar do caminho o prefeito, que o impedia de ter seus loteamentos clandestinos”, completou. 

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