Ação internacional contra crimes envolvendo crianças flagra homem de 49 com material suspeito
A Polícia Civil de Campinas prendeu na manhã de ontem, um microempresário de 49 anos, suspeito de pedofilia. A prisão integra a 5ª fase da Operação Luz na Infância, deflagrada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com o objetivo de identificar autores de crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet. A ação envolve sete países — EUA, Panamá, Paraguai, Chile, Equador, El Salvador e Brasil, sendo em 14 estados brasileiros. Ao todo foram expedidos 105 mandados de busca e apreensão para todo o País. A ação também foi feita pela Polícia Federal em outros estados do Brasil. No total, 656 policiais participaram da ação. Apesar da imagem do acusado, a polícia não divulgou nome dele. Em Campinas, a operação foi comandada pelo Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2) e envolveu policiais das delegacias da Antissequestro (Deas) e de Defesa da Mulher (2ª DDM). “Recebemos informações de que um homem de 49 anos de Campinas compartilhava e, principalmente, armazenava diversas imagens de crianças, adolescentes em cenas de sexo, de nudez explícita e isso fez com que desencadeasse a operação também na nossa região. Ele foi identificado pelo setor de inteligência e conseguimos prendê-lo, pois o armazenamento das imagens já é passivo de prisão”, disse o delegado coordenador da Unidade de Inteligência do Deinter-2, Oswaldo Diez Júnior. Os policiais cumpriram um mandado em dois endereços do suspeito. Um deles foi no Jardim do Lago 2, região do Parque Oziel, onde funciona a fábrica de blocos dele. Lá, os agentes de segurança detiveram o microempresário e também apreenderam dois computadores. Depois seguiram com ele até o Jardim Campos Elíseos, onde ele mora com os pais, e na residência foram apreendidos brinquedos como bichos de pelúcia, bolas e outros, além de celular e mais um computador. Ele foi levado para a 2ª Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi autuado em flagrante, já que os policiais acharam centenas de imagens de crianças em ato sexual. Ele tem passagem criminal por furto de energia. Segundo Diez, o suspeito compartilhava e armazena vídeos. “Informalmente ele confessou que realmente armazena imagens, que realmente é um problema que ele tem há muito tempo, que faz com que ele não consiga se segurar”, contou o delegado. Até às 8h da manhã, 23 pessoas haviam sido presas, sendo 19 pela Polícia Civil e quatro pela Federal. A força-tarefa nacional vai apurar se os detidos têm envolvimento com o crime internacional. “Existe uma grande ilusão das pessoas que comentem crime na internet de que elas ficarão no anonimato em relação aos crimes cometidos, mas é apenas ilusão. Hoje em dia, a polícia tem ferramentas suficientes para rastrear e identificar os IPs das máquinas e com isso identificar quem comete o crime por internet”, disse Diez. Na região de Piracicaba, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na cidade, nos bairros Cidade Alta e Vila Fátima, com apreensão de um notebook, uma CPU e dois aparelhos celulares para serem submetidos a perícia. Ninguém foi preso. As ações no Brasil e nos demais países envolvidas são coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesta fase, foram analisados 312 mil arquivos, com um volume total de dados de 3,8 terabytes – o equivalente a 3.800 gigabytes. No Brasil, a operação ocorreu no Amazonas, Amapá, Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal. Nas outras quatro fases da operação, foram presos em flagrantes 546 suspeitos de abuso e exploração sexual na internet e foram cumpridos no período 1.112 mandados de busca e apreensão.