Mozart Esteves Júnior foi preso em abril de 2012; empresário é acusado de tráfico de drogas e falsificação
O empresário Mozart Nogueira Esteves Júnior, preso em abril do ano passado em Campinas e acusado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de tráfico de drogas, formação de quadrilha, falsificação de documentos e sonegação fiscal, foi condenado pela Justiça de São Sebastião, no Litoral paulista, a 18 anos e dez meses de prisão em regime fechado. Mozart é conhecido em Campinas por ser dono de uma concessionária na Avenida Moraes Salles e de uma lavanderia que prestou serviços para a Prefeitura.
Mozart foi detido em sua casa, num condomínio de alto padrão no Parque Gramado. Segundo o Ministério Público (MP), ele era o líder da organização criminosa, responsável pelo recebimento, fornecimento e transporte da droga desde Campinas até as cidades de Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. A quadrilha começou a ser desmantelada em março de 2012, quando foram presos três homens acusados de serem os principais traficantes do Litoral Norte. São eles: Rodrigo Santos de Carvalho, o Digão, Bruno Gomes Bastos, o Bruninho, e Fabiano Nascimento de Souza, o FB. Rodrigo foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão, Bruno recebeu uma pena de 17 anos e sete meses em regime fechado e Fabiano a 14 anos.
O trabalho de investigação foi liderado pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de São Sebastião, que a partir de interceptações telefônicas chegou ao grupo, que revendia a droga em uma espécie de disque-drogas. Simultaneamente, o MP já investigava Mozart. Por meio de novas interceptações telefônicas foi identificado que o empresário “atuava como verdadeiro fornecedor de drogas, especificamente maconha”. Em uma das ligações, quando falava com um comparsa de prenome Reginaldo, o Régis, acabou revelando o local onde chegaria a droga fornecida por ele. Foi então que a polícia chegou até os envolvidos.
As investigações também mostraram que o empresário falsificou documentos e criou uma nova identidade: Mozart Carvalho Esteves Filho, a qual utilizou para adquirir bens, entre eles, um automóvel Dodge Journey, avaliado em R$ 102 mil. Na denúncia apresentada pelo MP, os promotores colocam que Mozart “é pessoa extremamente perspicaz e voltada à prática de delitos, uma vez que, audaciosamente, falsifica documentos públicos, utilizando-se deles celebra vários contratos, criando uma ‘vida paralela’ para mascarar seu intento criminoso”. O empresário está preso desde abril do ano passado. Ainda cabe recurso da decisão.