transporte

Empresa nova recusa bilhete da anterior

Sistema da Sancetur não reconhece créditos que eram usados pela Citi e usuários têm que pagar em dinheiro

Alison Negrinho
alison.negrinho@rac.com.br
15/02/2018 às 07:43.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:26

Veículo da frota da empresa que acabou sendo substituída por decisão da Prefeitura, que disse ter percebido descumprimentos contratuais (Cedoc/RAC)

Imagine acordar cedo para trabalhar, ir até o ponto de ônibus e ao entrar na condução perceber que seu bilhete para passar já não tem valor algum? Ou então recarregá-lo para fazer uso e, de uma hora para a outra, não ser mais possível contar com o meio? Essa é a realidade vivida pela população de Indaiatuba desde a mudança no transporte público da cidade, que tem deixado muitos passageiros na mão. O imbróglio teve início no último domingo, após a empresa Sancetur-Sou Indaiatuba começar a operar o serviço de transporte urbano do município no lugar da Citi-Viação Rápido Sumaré, que teve seu contrato rescindido pela Prefeitura. Com isso, o bilhete de passagem, que era utilizado até então normalmente pelos cidadãos, deixou de ter validade, uma vez que a nova responsável não aceita os créditos da antiga empresa. A alteração repentina fez com que quem depende do transporte coletivo tenha se sentido totalmente prejudicado, como é o caso do estudante Carlos de Aguiar Feitosa, de 22 anos. Feitosa pega quatro conduções por dia, sendo duas para ir e outras duas para voltar de seu curso técnico e, ao entrar no ônibus quarta-feira pela manhã levou um grande susto. “Era mais um dia como outro qualquer na minha rotina, nada de diferente, até eu tentar passar meu cartão e ver que não estava mais funcionando, sendo que na semana anterior eu havia utilizado normalmente. A minha sorte é que eu tinha dinheiro no bolso e consegui pagar a passagem (R$ 3,50), senão acabaria perdendo a aula”, contou o jovem. Com seu sistema próprio de passagens, os leitores da Sancetur não aceitam outros tipos de crédito. O cadastramento para os interessados está aberto, mas a revolta dos moradores da cidade é grande. Para Feitosa, os bilhetes deveriam ser aceitos ao menos dentro de um período de transição. “Acredito que em um tempo de três meses seria bom aceitar, até pra toda a população conseguir se preparar para essa mudança. Tenho amigos que também foram prejudicados com isso, não sou o único”, completou. Restituição De acordo com o decreto publicado no Diário Oficial da cidade pela Prefeitura, sobre a transição de empresas, a Viação Rápido Sumaré fica responsável por restituir os valores dos bilhetes aos passageiros. Mesmo assim, a vendedora Telma Marques do Nascimento, de 30 anos, duvida que conseguirá recuperar a verba investida no bilhete. “Não fazem nem três semanas que coloquei mais de R$ 100,00 de crédito no meu cartão. Se eu soubesse da mudança, não teria feito isso, usaria o dinheiro em outra coisa, ou economizaria pra pagar as passagens em espécie. Eu duvido que vou conseguir reaver esse valor, e caso consiga, aposto que vai demorar bastante”, lamentou. Indagada, a Prefeitura de Indaiatuba não se manifestou até o fechamento desta edição.  A Rápido Sumaré, por sua vez, foi procurada e deu a seguinte resposta:   A prestação do serviço público essencial está nesse momento a cargo da empresa SANCETUR e da Prefeitura Municipal, razão pela qual a garantia de transporte desses usuários deve ser observada por essas instituições. Na hipótese de que a Rápido Sumaré (Citi) volte a prestar os serviços de transporte na cidade de Indaiatuba, os serviços de transporte aos usuários estarão garantidos. Infelizmente não há por parte do Sr. Prefeito Municipal qualquer tipo de intermediação ou diálogo. As medidas são tomadas por ele de maneira abrupta e, infelizmente, isso só vem a prejudicar os usuários do transporte.

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