Empresa assume pontos de ônibus

A Prefeitura de Campinas homologou ontem a empresa Verssat Indústria e Construção Ltdª como a responsável pela exploração privada dos cerca de 900 pontos de ônibus da região central e de corredores do transporte público municipal. A companhia era quem havia, em abril deste ano, apresentado o maior lance (R$ 2,5 milhões) em relação ao valor da outorga inicial de R$ 500 mil, pedida pela Prefeitura.  Após a assinatura do contrato, que deverá acontecer até o final deste mês, a empresa fabricante de mobiliário urbano terá 36 meses para fornecer os serviços de implantação, remoção, reposição, remanejamento, manutenção, conservação e limpeza das infraestruturas de embarque e desembarque do sistema de transporte público coletivo municipal. Em contrapartida, poderá fazer a exploração publicitária dos locais do jeito que bem entender. Entre as melhorias previstas, ficou definido que os abrigos terão que ser todos cobertos, com assentos individuais e para pessoas obesas, além de espaço para cadeirantes. A iluminação também será melhorada: com lâmpadas de LED e tomadas USB para recarga de celular e lixeiras. O padrão visual será idêntico ao dos pontos instalados na Avenida Francisco Glicério. O secretário Municipal de Transportes e presidente da Empresa Municipal de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, explicou que Verssat terá que fazer um investimento de R$ 27,3 milhões pelos próximos 20 anos, que é o tempo de contrato estipulado para concessão. Ele disse ainda que a Emdec receberá mensalmente 6% da receita bruta da publicidade dos abrigos e outros 10% sobre as receitas acessórias, enquanto a Prefeitura assumirá a implantação dos totens informativos. Segundo Barreiro, as obras terão início no segundo semestre de 2018. “O município vai passar a ter uma empresa responsável por zelar pela modernidade dos abrigos. Eles serão modernos, confortáveis e de última geração. Além disso, acordo vai gerar uma economia considerável para Campinas. Com esse dinheiro, poderemos investir em uma manutenção mais adequada da cidade”, disse o secretário de Transportes. Processo foi complicado, tendo sido suspenso 3 vezes Ao todo o processo de privatização dos pontos de ônibus foi suspenso três vezes. A primeira tentativa ocorreu em janeiro do ano passado, mas ninguém apresentou proposta por conta do alto valor da outorga. Para tornar a licitação mais atrativa, a Secretaria de Transportes enxugou a proposta de concessão e lançou um novo processo para a privatização dos abrigos, que diminuiu de R$ 4 milhões para R$ 500 mil o valor da outorga inicial, cortou pela metade o número de pontos que seriam concedidos (de 1,8 mil para 900) e cancelou a obrigatoriedade do concessionário implantar 3 mil totens informativos de horários e itinerários. Além disso, a concessão, que antes atingiria toda a cidade, foi restrita a um raio de 5km da região central e aos principais corredores de transportes. Na segunda tentativa, a licitação foi suspensa por determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), após questionamentos feitos por duas empresas. Já na terceira tentativa, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, Mauro Fukumoto, suspendeu a licitação sob a justificativa de que houve alteração do edital às vésperas da data de entrega dos envelopes.