TRABALHO

Emprego volta 4 anos no tempo em Campinas

Resultado de abril ainda foi positivo, mas tão fraco que igualou o registrado no mesmo mês de 2009=

Adriana Leite
22/05/2013 às 09:27.
Atualizado em 25/04/2022 às 15:05
Movimento na 13 de Maio: lojas do Centro vão fechar as 16 horas para que os funcionários possam ver o jogo do Brasil (Cedoc/RAC)

Movimento na 13 de Maio: lojas do Centro vão fechar as 16 horas para que os funcionários possam ver o jogo do Brasil (Cedoc/RAC)

A geração de postosde trabalho em Campinas em abril voltou ao mesmo nível de quatro anos atrás. Os empregadores estãopisando no freio, e apesar de ainda contratarem, o fazem num ritmo que diminui mês a mês.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que o saldo entre as contratações, que somaram 18.340 postos, e as demissões, que atingiram 17.610 cortes, foi de 730 empregos gerados. Em abril de 2009, o volume foi de 725 contratações.

Os meses de abril dos anos subsequentes apresentaram desempenho bem melhor: 1.706 admissões (2010), 2.780 contratações (2011) e 1.653 vagas geradas (2012).

O resultado do mês passado representou um recuo de 55,83%. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2013, a quantidade foi de 4.653 contratações, volume bem abaixo dos 7.402 empregos formais do quadrimestre inicial de 2012. E metade dos 9.818 vagas do ano de 2011.

O coordenador do Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, afirmou que os números de abril acendem um sinal amarelo no mercado de trabalho e preocupam.

“A geração de postos de trabalho está cada mês mais pífia. A abertura de novas oportunidades de emprego foi um dos alicerces da economia nos últimos anos, mas a desaceleração está freando a continuidade desse processo. O saldo ainda é positivo, mas o ritmo caiu muito, e jogou Campinas para a pior posição do ranking estadual dos últimos três anos”, disse.

Martins comentou que há dois anos setores locais importantes da economia vêm gerando menos emprego. A indústria de transformação, por exemplo, contratou apenas 236 pessoas nos quatro primeiros meses do ano - 156 deles no mês passado.

A área de serviços abriu 3.866 oportunidades formais no acumulado do ano. Em abril, o saldo foi de 164 admissões. A construção civil gerou 1.393 vagas com carteira assinada. No mês passado, a quantidade foi de 371 pessoas. E o comércio cortou 1.033 trabalhadores, sendo que no quarto mês do ano foram 22 pessoas.

“A perda dos postos no comércio influenciou no desempenho deste ano”, destacou o economista.

RMC 

A Região Metropolitana de Campinas também vem sofrendo com os números fracos da economia. O saldo de abril foi de 2.061 empregos formais, contra 5.096 no mesmo mês do ano passado, o que significa uma queda de quase 60%.

Martins apontou que no acumulado de 2013 o volume até abril está em 17.177 vagas formais frente a 17.060 contratações no mesmo período do ano passado.

“Os números mostram uma estabilidade na geração de postos de trabalho. A desaceleração da economia afeta toda a região”, analisou.

Na RMC, a indústria foi o grande motor que manteve o nível de emprego. De acordo com a análise da Acic, o setor gerou 3.306 empregos neste ano. De janeiro a abril de 2012, a quantidade foi de 331 postos.

“O incremento foi de 898%", afirmou o economista. O setor de serviços gerou 8.659 postos, mas o volume ficou abaixo das 9.881 contratações do primeiro quadrimestre de 2012. A construção civil abriu 3.709 oportunidades com registro, ou 10,78% menos que no ano passado.

Já ocomércio demitiu1.035 pessoas - bem mais que os 350 cortes registrados no ano passado.

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