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Emprego segue sem força para se recuperar

A recuperação dos empregos segue patinando na Região Metropolitana de Campinas (RMC), segundo mostram os dados do Caged do MTE

Francisco Lima Neto
28/05/2019 às 07:44.
Atualizado em 03/04/2022 às 09:28

A recuperação dos empregos segue patinando na Região Metropolitana de Campinas (RMC), segundo mostram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgados ontem.  No primeiro quadrimestre, A RMC criou 10.168 vagas - praticamente o mesmo que nos primeiros quatro meses do ano passado (10.212 postos - uma pequena queda de 0,43%). Na comparação mensal entre abril deste ano e abril de 2018, o cenário piora: foram 3.267 contra 3.505 - ou 6,79% vagas a menos. Mesmo com números positivos, os empregos perdidos nos últimos anos ainda não foram recuperados - e não há sinais de que isso vá acontecer a curto prazo. Campinas, por exemplo, criou 1.604 novos postos em abril do ano passado, e apenas 659 agora - foi o pior resultado para meses de abril desde 2017. No quadrimestre, também houve recuo: foram 3.696 em 2018 e 2.026 agora. Em abril, Serviços abriu 469 postos, Indústria outras 100 e Construção Civil, 79. Recuperação mesmo, só em Paulínia, que saiu de um resultado negativo de 808 vagas no primeiro quadrimestre do ano passado para a criação de 333 agora. Outras cidades também tiveram bons resultados, mas com menos força - caso de Hortolândia (103 vagas abertas no mês passado, após perda de 145 no mesmo mês de 2018 e 983 postos abertos no primeiro quadrimestre deste ano contra 409 no mesmo período de 2018) e Indaiatuba (626 postos a mais no mês passado ante 400 em março de 2018 e 1.858 contra 1.124 na comparação com os primeios quatro meses do ano). Na outra ponta, está Jaguariúna, que abriu 196 postos em abril de 2018 e perdeu 132 no mês passado (na comparação quadrimestral, foram 234 vagas fechadas em 2018 e mais 96 agora). Para Eliane Navarro Rosandiski, professora de Economia e responsável pela área de emprego e renda do Observatório PUC Campinas, o momento é de incerteza. “Paulínia e Indaiatuba tiveram contratações expressivas na construção civil. Mas a indústria ainda não mostrou recuperação consistente. E no curto prazo, as expectativas de crescimento de demanda são muito ruins devido ao desemprego, o que inibe as decisões de produção”, disse. Ainda segundo ela, as decisões do governo não têm ajudado a mudar o cenário. “Como no curto prazo as medidas do governo não favorecem a ampliação do mercado consumidor, mantém-se a instabilidade, completou. Comércio negativo Isoladamente, o setor de comércio em Campinas teve saldo de 404 vagas negativas no primeiro trimestre deste ano (menos que as 587 vagas perdidas no mesmo período do ano passado), segundo pesquisa da FecomercioSP em parceria com o SindiVarejista de Campinas. A maior parte das demissões ocorreram nos setores que admitiram temporários no final do ano: vestuário e supermercados. “Grande parte das demissões ocorreu em março porque muitas empresas postergaram as dispensas em função do Carnaval ter caído mais tarde este ano, esperaram para março. Muitas vezes isso ocorre até fevereiro, passando o Carnava”, disse a presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito. Ela lembrou que o dado é sazonal e, portanto, esperado. “Mas este ano as demissões foram mais amenas do que no ano passado”, destacou. Para ela, o momento é de cautela também para o setor do varejo.

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