INDÚSTRIA

Emprego registra o melhor trimestre em três anos

Com crescimento de 0,23% no número de vagas em março, total de postos abertos no período atinge cerca de 2,3 mil

Maria Teresa Costa
17/04/2018 às 07:33.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:57
Fim do pesadelo: emprego na indústria regional sai definitivamente do terreno negativo, mostra a Fiesp (LEANDRO FERREIRA/AAN)

Fim do pesadelo: emprego na indústria regional sai definitivamente do terreno negativo, mostra a Fiesp (LEANDRO FERREIRA/AAN)

O nível de emprego industrial na regional de Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) cresceu 0,23% em março sobre fevereiro e acumula um crescimento de 1,46% no trimestre, o que significa, segundo a entidade, um aumento de cerca de 2,3 mil postos de trabalho. É o melhor trimestre desde 2015. Esse ganho foi puxado pelo setor de veículos automotores e autopeças, responsável pelo crescimento de 1,87% no emprego, pelos produtos alimentícios, com 0,59%, confecção e vestuário com 0,43% e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (0,12%). A regional do Ciesp é formada por 19 cidades. Para o diretor regional da entidade, José Nunes Filho, o crescimento em março deve ser comemorado porque mostra que a indústria da região parou de desempregar. “Passamos de registros que mês a mês vinham negativos, com desemprego, e que somaram 15 mil postos de trabalho a menos em dois anos, para voltar a contratar. Os números ainda são tímidos, mas, pelo menos, a sangria parou” , disse. Este ano, afirmou, não houve desemprego no trimestre. “A retomada do emprego é sempre lenta, sofrida, mas já mostra um caminho de crescimento econômico graças às mudanças que foram feitas, como a limitação nos gastos e o fim dos entraves da CLT para que as empresas pudessem contratar com segurança jurídica sem afetar os direitos dos trabalhadores. Faltou a reforma da Previdência para que os reflexos fossem melhores” , disse. Segundo ele, a recuperação da economia, a inflação baixa e a queda da Selic foram essenciais para a retomada da confiança do empresário, que está voltando a investir. “O problema é que a economia é muito sensível à política e esse ano temos eleições, o que pode ser um problema. Mas por enquanto a indústria está pisando em terreno mais firme”, afirmou. São Paulo No Estado, a indústria paulista criou 10 mil postos de trabalho em março, segundo a Pesquisa de Nível de Emprego da Fiesp e do Ciesp, divulgada ontem. O resultado é superior ao do mesmo mês de 2017 (9.500 novas vagas). No ano, houve acréscimo de 23 mil postos - o melhor resultado para um primeiro trimestre desde 2013, quando foram criadas 34.500 vagas. José Ricardo Roriz Coelho, segundo vice-presidente da Fiesp e diretor titular de seu Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia, destaca que a recuperação da economia está em trajetória de crescimento, ainda que o ritmo esteja aquém do desejado. “Continuamos com a recuperação do emprego. Ela é lenta, com um crescimento não tão forte como gostaríamos, por alguns problemas de rota. Agora, nossa preocupação é que esse crescimento passe a ter ritmo mais acelerado, para compensar a queda habitual do segundo semestre de cada ano. Se reformas como a da Previdência tivessem sido feitas, acredito que a situação seria bem melhor”, afirma Roriz. O crescimento no emprego no último ano na região de Campinas foi de 1,52% entre março de 1027 e de 2018. Setores e regiões A pesquisa mostrou resultados positivos em 64% das regiões e setores analisados. Dos 22 setores industriais, o número de postos de trabalho aumentou em 14, caiu em seis e dois ficaram estáveis. O destaque foi o setor sucroalcooleiro, que, devido à época de safra de cana-de-açúcar, teve saldo positivo de 5.183 vagas (52% do total dos novos postos industriais). Das 36 regiões em que a pesquisa é dividida, 23 tiveram saldo positivo de empregos, cinco se mantiveram estáveis e, em oito, o número de vagas diminuiu. Como destaques positivos, Sertãozinho teve 4,75% de crescimento no número de postos de trabalho. Na região de Bauru, o crescimento foi de 1,96% e na de Presidente Prudente, de 1,63%.

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