A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou 2018 com a geração de 9.211 empregos com carteira assinada, segundo dados do Caged
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou 2018 com a geração de 9.211 empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. É o primeiro saldo positivo depois de quatro anos de queda no nível de emprego. O maior saldo é de Campinas, que fechou o ano com a criação de 4.973 após ter fechado 2.379 vagas em 2017. As 20 cidades da RMC admitiram, no ano passado, 354.602 trabalhadores e demitiram 345.391. Seis delas fecharam com saldo negativo: Hortolândia (83), Jaguariúna (1.081), Monte Mor (258), Morungaba (468), Nova Odessa (358) e Paulínia (109). O resultado positivo de empregos na região puxado pelo setor de Serviços, que gerou 8.017 vagas, seguido do comércio que abriu 1.375 vagas formais de empregos no conjunto da RMC. A construção civil fechou 360 postos formais na RMC no ano passado, mas, apesar disso, em melhor situação que em 2017, quando 1.229 vagas foram eliminadas. De acordo com a análise da Associação Regional da Construção de Campinas e Região (Habicamp), em oito cidades foram abertas mais vagas do que fechadas no ano passado. O destaque foi Paulínia, onde o setor gerou 1.049 postos de trabalhos no acumulado de doze meses. Artur Nogueira (42), Campinas (25), Holambra (31), Indaiatuba (116), Jaguariúna (24), Nova Odessa (13), Valinhos (28) e Vinhedo (50) também encerraram o ano com saldo positivo. “Nestas cidades, o que se observa é uma ligeira retomada da economia, com reflexo no setor da construção civil através de lançamentos imobiliários, vendas geradas pela melhora do quadro econômico, da estabilidade de emprego, e início de obras de empreendimentos colocados no mercado no decorrer dos últimos doze meses”, disse o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho. O setor está otimista em relação a 2019, com a expectativa de crescimento de 1,8% no Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia do setor construtivo, o que deverá gerar novos empregos. “Existe grande expectativa por parte de todos os segmentos que formam a cadeia da construção civil em decorrência do otimismo em torno da economia e dos próprios trabalhadores, que começam a voltar às compras e a se planejar para aquisições”, disse Oliveira Lima. Recuperação Para o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, o saldo positivo do ano, apesar do mês de dezembro ter fechado no negativo, ainda é pequeno, mas traz a mensagem que está havendo uma recuperação do emprego, mas de forma muito lenta. Para 2019, disse Martins, a expectativa de elevação do nível de emprego é de 2,5% a 3%. “Para isso a economia precisa deslanchar, e por isso as expectativas ainda são receosas. As reformas, especialmente a da Previdência, só trazem esperanças, se vierem acompanhadas de mais investimentos com geração de emprego, especialmente no setor da indústria”, afirmou. Forte sinal Para o economista Geraldo Mendonça Oliveira, consultor na área de varejo, a criação de vagas com carteira assinada na região no ano passado é um dos mais fortes sinais da retomada da economia que está ocorrendo, mas ainda de forma lenta. “Enfrentamos movimentos demissionários, especialmente em setores que são grandes empregadores, como a construção civil e Serviços há, pelo menos, quatro anos. Os novos empregos ainda são em pequeno número diante do tamanho do desemprego, especialmente nas regiões metropolitanas, mas já é um bom sinal”, afirmou. Para ele, 2019 inicia com boas perspectivas de mudanças na economia. “Se sair uma reforma previdenciária consistente, e reformas fiscal e tributária, há chances de os investimentos retornarem e o nível de emprego melhorar.”, afirmou. O EMPREGO NO ANO PASSADO Cidade Admissões Demissões Saldo Americana 26.588 26.243 345 Artur Nogueira 3.091 2.856 235 Campinas 146.923 141.950 4.973 Cosmópolis 3.838 3.686 152 Engenheiro Coelho 1.574 1.429 145 Holambra 3.602 3.090 512 Hortolândia 13.432 13.515 -83 Indaiatuba 29.189 27.095 2.094 Itatiba 11.495 11.044 451 Jaguariúna 12.587 13.668 -1.081 Monte Mor 5.169 5.427 -258 Morungaba 1.257 1.725 -468 Nova Odessa 5.360 5.718 -358 Paulínia 14.378 14.487 -109 Pedreira 4.840 4.748 92 Santa Bárbara d´Oeste 18.552 18.416 136 Santo Antônio de Posse 3.406 3.353 53 Sumaré 19.899 19.672 227 Valinhos 16.962 15.898 1.064 Vinhedo 12.460 11.371 1.089 Total 354.602 345.391 9.211 Fonte: Caged Secretário diz que governo vai aprofundar a reforma O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, comemorou ontem o resultado positivo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2018 e reforçou que o novo governo pretende aprofundar a reforma trabalhista neste ano “O governo atual vai acentuar as conquistas estabelecidas com a reforma trabalhista e retirar mais trabalhadores da informalidade. Acreditamos que há necessidade de retirarmos ainda mais a tutela do Estado na relação entre empregadores e empregados", afirmou o secretário. "O modelo tradicional de emprego com carteira assinada precisa ser apoiado, mas precisamos olhar novas modalidades de emprego já adotadas pela sociedade, como os trabalhadores por aplicativos", detalhou. O mercado de trabalho brasileiro criou 529.554 empregos com carteira assinada em 2018, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Economia. O primeiro resultado positivo anual depois de três anos de retração no emprego também foi o melhor desempenho desde 2013, quando foram gerados 1,138 milhão empregos na série com ajustes. “O Caged positivo em 2018 marca uma inflexão da trajetória do emprego formal no País. Esse foi o primeiro resultado positivo desde 2014, e isso mostra que os equívocos da política econômica nos últimos anos ficaram claros. O período entre 2012 e 2017 é para ser esquecido na história do País, esses erros não podem se repetir no futuro”, completou Marinho. Para o secretário, se não houvesse acontecido a greve dos caminhoneiros no primeiro semestre do ano passado, o resultado do Caged de 2018 seria melhor. “Esperamos que o saldo de empregos em 2019 seja ainda melhor que o de 2018”, concluiu, sem estimar uma projeção para este ano. (Estadão Conteúdo)